A Anatel e o Ministério das Comunicações realizaram a primeira de uma série de mais de 20 análises da qualidade das redes 4G e 5G na cidade de São Paulo nesta quarta-feira, 3. O secretário-executivo Hermano Tercius participou do início da operação, batizada como ‘Blitz da Telefonia Móvel’, feita entre 8h e 10h da manhã no Mercado Municipal de São Paulo.

Tercius explicou que essa é uma análise granular, uma vez que a Anatel tem a pesquisa de qualidade que avalia o macro. Afirmou ainda que o objetivo da ação é uma resposta do MCom aos problemas da rede móvel que foram apresentados no ConectaBR, o programa nacional de melhoria da cobertura e da qualidade da banda larga móvel.

Depois de captar as informações, a Anatel tem um mês para preparar um relatório e compartilhar com as operadoras envolvidas (Claro, TIM e Vivo). A partir do recebimento do documento, as companhias têm um mês para propor melhorias em suas redes e outros seis meses para reduzir lugares com sombra ou gargalo em suas coberturas.

As melhorias serão feitas de forma voluntária. As teles não serão multadas se nada fizerem – exceto se comprovado a não entrega da qualidade de rede em 80% do tempo. Mas vale dizer que representantes de Claro, Vivo, TIM e da Conexis estavam presentes no teste.

As outras regiões da cidade que passarão pela blitz são:

  1. Mercado Municipal da Cantareira;
  2. Avenida Paulista;
  3. Memorial da América Latina;
  4. Mercado Municipal da Lapa;
  5. Ceagesp;
  6. Largo da Batata;
  7. Parque do Ibirapuera;
  8. Terminal Rodoviário do Tietê;
  9. Estação Metrô Tucuruvi;
  10. Terminal de ônibus Vila Nova Cachoeirinha;
  11. Aeroporto de Congonhas;
  12. Rodoviária do Jabaquara;
  13. Estádio MorumBIS;
  14. Campo Limpo;
  15. Largo Treze;
  16. Grajaú;
  17. Estação Metrô Tatuapé;
  18. Estação Metrô Corinthians-Itaquera;
  19. Shopping Aricanduva;
  20. Vila Prudente.

As provas ocorrem até o dia 12 de julho.

Avaliação

O estudo considera a cobertura de sinal, a latência e a velocidade das redes, sendo que esta última deve ter uma média mínima constante 10 Mbps em 4G e 100 Mbps em 5G. Segundo José Umberto Sverzut, gerente regional da Anatel em São Paulo, a média é baseada em conceitos de organizações como 3GPP e UIT.

O pico de velocidade de download foi acima de 900 Mbps e registrado na rede 5G da TIM.

Na região do Mercado Municipal, próxima ao centro comercial da Rua 25 de Março, o teste avaliava três ERBs de cada operadora. Vale dizer que dentro do Mercadão não há antenas de 4G e 5G, embora seja um local de grande movimento, com 12,6 mil metros quadrados, 1,5 mil funcionários e 300 estandes.

Sobre as outras provas que a Anatel e MCom fizeram desde 2023 em cidades como Brasília, Macapá e Natal, Sverzut afirmou que as redes 4G e 5G atendem as expectativas, mas é preciso ter uma otimização e investimentos para ampliar canais de tráfego, como RAN, core de rede e roteadores que precisam de versões novas, como roteadores MPLS.

Equipamento

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Equipamento da Rohde & Schwarz rodando os testes 4G e 5G em celulares (crédito: Henrique Medeiros/Mobile Time)

A avaliação contou com um equipamento (R&S Freerider 4) e software (Qualipoc Android) da Rohde & Schwarz, além de seis smartphones que estavam conectados nas redes 4G ou 5G das operadoras. Os dados são enviados para um painel (SmartBenchmarker) também da empresa alemã que apresentam as informações e gráficos que serão compilados para o relatório.

Por ser um dispositivo portátil que pode ser carregado em uma mochila, o R&S Freerider 4 pode ser usado em testes móveis (walk ride) pela cidade, ou seja, a pé ou dentro de carro da Anatel. Cada equipamento da Rohde custa em média R$ 600 mil – a Anatel tem cinco unidades.

Próximas etapas

No futuro, a agência reguladora também considera testar a qualidade de ligação em voz. Além disso,  Sverzut considera que é possível testar o equipamento por meio de drones.  Atualmente, a Anatel tem 44 drones e 50 pilotos certificados. Esses equipamentos são usados para testar interferência de rede, por exemplo.

Imagem principal: Hermano Tercius (no púlpito), secretário-executivo do MCom (crédito: Henrique Medeiros/Mobile Time)