O Open Gateway contará com mais de 40 APIs até o final do ano, prevê Alejandro Adamowicz, diretor regional de estratégia e tecnologia na América Latina da GSMA, em conversa com Mobile Time. Atualmente, há 15 APIs homologadas.

Qualquer operadora pode propor uma nova API, mas esta passa por um processo de avaliação e de especificação por parte de um comitê técnico internacional do Open Gateway. Adamowicz prefere não descrever as APIs que estão em processo de avaliação, mas algumas delas foram apresentadas em estandes do Mobile World Congress deste ano, como uma de previsão de chuvas a partir da atenuação do sinal das redes celulares.

Pelo menos uma API do Open Gateway já está disponível comercialmente em 240 operadoras, de 49 grupos econômicos, em 44 países. A mais popular é a de SIM Swap.

“Em geral, a primeira onda de APIs abrange aquelas relacionadas a cibersegurança e proteção de usuário, como SIM Swap, device location etc, pois tem demanda do setor de finanças, como bancos e cartões de crédito. Vale lembrar que a GSMA não participa das discussões comerciais. Mas fazemos o acompanhamento técnico para assegurar que as APIs sejam desenhadas conforme o padrão do Open Gateway, para que sejam certificadas pela GSMA”, explica.

O executivo destaca que muitas operadoras já ofereciam no mercado APIs para as mesmas finalidades, como a de SIM Swap, mas que serviam apenas para acesso à sua rede individual. A vantagem do Open Gateway é ser a mesma API para todas as redes móveis das operadoras que participam da iniciativa.

“Imagine um banco que precisa fazer três ou quatro integrações diferentes, uma com cada operadora. Isso é muito custoso: precisa ter três ou quatro equipes de desenvolvimento de sistemas. O Open Gateway padroniza e facilita o desenvolvimento de soluções”, comenta.

América Latina

O Brasil é o país mais adiantado na oferta de APIs do Open Gateway na América Latina. Aqui, Claro, TIM e Vivo estão oferecendo as APIs de SIM Swap, verificação de número e confirmação de localização de device. E a Vivo, por sua vez, oferece também a API de Know Your Customer-Match, para validação de CPF, e a API de Quality On Demand.

Adamowicz descreveu a situação em outros países da região:

Argentina – A Telecom Personal iniciou a comercialização da API de SIM Swap. Telefónica e Claro estão se preparando para lançar um conjunto de APIs, mas ainda sem data marcada.

Colômbia e México – Devem ser os próximos mercados a lançarem APIs do Open Gateway na região, mas ainda sem data.

Chile e Peru – Já foram iniciadas conversas com operadoras locais, mas não estão tão adiantadas quanto Colômbia e México.

A tendência é que a operadora com maior base de assinantes lidere o processo em cada mercado. Na Colômbia e no México seria a Claro. No Chile, a Entel.

Parceiros homologados

O Open Gateway conta com vários parceiros homologados para a revenda das APIs, além das próprias operadoras. Eles são classificados pela GSMA como canais parceiros (Infobip, Ipification, Centillion, Viettel Networks, Huawei, Glide e Sekura.id) ou como “ecosystem vendors” (Amazon Web Services, Ericsson, Microsoft, Nokia e Vonage).

MobiXD

Alejandro Adamowicz vai participar de um painel sobre o Open Gateway no evento MobiXD na companhia de João Nero, head comercial de data analytics da Claro Embratel; Leonardo Silva, head de Big Data e IA B2B da Vivo; e Mônica Fonseca, gerente sênior de monetização de dados da TIM. O MobiXD acontecerá no dia 14 de maio, no WTC, em São Paulo. A programação completa e mais informações estão disponíveis em www.mobixd.com.br.

Ilustração: Nik Neves