| Publicada originalmente no Teletime | O Brasil tem o terceiro pior nível de habilidades digitais entre o grupo de países que compõem o G20. De acordo com uma pesquisa elaborada pela Superintendência de Relações com os Consumidores (SRC) da Anatel, 30,1% da população no Brasil possui apenas conhecimento digital básico.

Já as habilidades tidas como intermediárias “permitem o uso das tecnologias digitais de modos ainda mais significativos e benéficos do que as habilidades básicas, sendo efetivamente voltadas ao mercado de trabalho”. Neste caso, apenas 17,4% dos brasileiros eram capazes de realizar essas tarefas.

“Tendo isso em vista, o objetivo estratégico da Agência relacionado ao fomento da transformação digital junto à sociedade possui como uma de suas metas ter 30% de jovens e adultos com habilidades digitais intermediárias até 2027”, aponta o estudo da reguladora (disponível aqui).

A pesquisa, no entanto, reconhece que alcançar essa meta pode ser um “grande desafio”. Não apenas porque em 2023 essa taxa era inferior a 18%, mas também devido ao fato de que o aumento entre 2022 e 2023 foi de apenas 0,5 ponto percentual, “o que implica uma necessidade de se intensificarem os esforços para acelerar o avanço ao longo dos próximos quatro anos” – diz o estudo.

 

habilidades digitais

Segundo Anatel, Argentina, Austrália, Canadá, Índia e Estados Unidos não enviaram suas informações sobre habilidades digitais. Imagem: Reprodução/Anatel

No caso das habilidades avançadas, a parcela da população brasileira capaz de “criar programa de computador ou aplicativo de celular usando linguagem de programação” em 2023 foi de apenas 3,4% – contra 26% da Arábia Saudita ou 9,7% na Coreia do Sul.

Recortes

Além disso, existem outras lacunas em subgrupos populacionais no Brasil que colocam barreiras adicionais a essa meta Anatel. Um deles, segundo o estudo, é a diferença de conhecimentos digitais entre as pessoas que vivem em áreas rurais e aquelas que estão nas cidades.

Além disso, há uma disparidade expressiva entre regiões geográficas e gênero. No Sudeste, a taxa de pessoas com habilidades digitais intermediárias é de 21,5%. Mas no Nordeste, esse valor é de 12%.

 

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Imagem: Reprodução/Anatel

“Pessoas do sexo feminino não só possuem menos habilidades digitais que pessoas do sexo masculino, mas também apresentam evolução mais lenta e, quando se consideram as habilidades avançadas, até mesmo negativa entre 2022 e 2023”, prossegue o estudo.

América Latina

Na América Latina, o Uruguai tem o maior percentual da população com habilidades intermediárias no ambiente digital: 43,8%. Já nas habilidades avançadas, quem fica na frente é o Chile, com 11,6%.

“O Uruguai, inclusive, seria o país latino americano mais próximo de figurar entre os 20 mais avançados em habilidades básicas e intermediárias. Já em habilidades avançadas, o Uruguai figura em 14º, ao lado de Áustria, e o Chile estaria em 9º (se considerados dados do ano de 2017), logo atrás da Noruega e à frente de países como Dinamarca, Singapura, Coreia do Sul e Reino Unido”, destacou a pesquisa.

 

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Imagem: Reprodução/Anatel