O WhatsApp, popular aplicativo para troca de mensagens instantâneas via smartphones, está sendo acusado de violar leis internacionais de privacidade por autoridades de proteção de dados do Canadá e da Holanda, segundo informa o jornal britânico Financial Times.
O Comissariado para a Proteção da Privacidade do Canadá e a CBP, autoridade holandesa de proteção de dados pessoais, realizaram uma investigação conjunta do WhatsApp, e concluíram que o serviço utiliza e guarda em seu sistema informações pessoais da agenda de contatos de usuários e não usuários, sem autorização. O Whatsapp exige que usuários concedam acesso ao catálogo de endereços de seu smartphone e utiliza os números para ajudar a identificar outras pessoas que estão utilizando o serviço. As autoridades de proteção de dados, no entanto, alegam que o serviço também retêm os números de telefone de não usuários.
"Essa falta de escolha viola o direito de privacidade dos holandeses e canadenses", declarou o presidente da autoridade holandesa de proteção de dados, Jacob Kohnstamm, em comunicado na segunda-feira, 28. "Ambos, usuários e não usuários, devem ter controle sobre seus dados pessoais e ser capazes de decidir livremente quais detalhes de contatos desejam compartilhar com o Whatsapp", completou.
Os órgãos reguladores relataram que a empresa, com sede na Califórnia, havia tomado medidas para melhorar a privacidade de seu serviço, mas "há questões pendentes que devem ser totalmente resolvidas". O regulador canadense disse que o WhatsApp "tem demonstrado vontade de cumprir integralmente" as suas recomendações, enquanto as autoridades holandesas ameaçam impor sanções à companhia se as violações permanecerem.
Procurado pelo jornal britânico, o Whatsapp não quis comentar o assunto.