No ano de 2012, a mobilidade intensificou o ritmo na vida das pessoas, tanto dentro quanto fora das companhias, e o modo como elas se relacionam nesses ambientes. Somente no terceiro trimestre do ano passado foram comercializadas 769 mil unidades de tablets no Brasil, segundo o IDC (Internacional Data Corporation). Para este ano, a expectativa é atingir o número de 5,4 milhões de unidades vendidas. Paralelamente, o País já apresenta mais de 259 milhões de linhas de celulares habilitadas, sendo que, desse total, cerca de 59 milhões são 3G, segundo a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel).

Com este cenário propício às comunicações em multiplataformas, aliado ao aumento da abrangência e facilidades ao acesso aos pacotes de dados e Internet móvel, as pessoas passam a transitar com mais facilidade entre suas vidas pessoais e profissionais. Do ponto de vista estratégico das organizações, isso aumenta a disponibilidade dos profissionais e resolução de questões ou tomada de decisão, quase que em tempo real. Já em relação ao profissional, é possível convergir tudo o que é relevante e importante em apenas um dispositivo, facilitando a troca de informações. Naturalmente, temos obstáculos a vencer – como a disponibilidade e velocidade da comunicação via celular – além do impacto na vida pessoas, que a maior disponibilidade profissional traz. Mas estes são temas importantes a serem tratados em análises específicas.

Certamente para 2013, a crescente convergência deve ser a tônica, pela qual, independentemente da plataforma e dos equipamentos, a pessoa trocarão informações em diversas áreas de suas vidas. Algo que já começa a acontecer hoje e deve ser ainda mais evidenciado daqui para frente. Por isso, enxergo seis grandes tendências relacionadas à mobilidade e ao ambiente de trabalho para este ano:

• O Bring Your Own Device (BYOD): O conceito surgiu em 2008 e, em português, quer dizer “traga o seu próprio equipamento”, isto é, smartphone, tablet, notebook ou outro dispositivo de consumo do colaborador para o trabalho. Claro que desde então, muitas coisas mudaram em relação a esta visão e cada vez mais devices e indivíduos estão conectados pela Internet. As pessoas possuem múltiplos dispositivos e querem poder escolher em qual deles trabalhar. Antes, a questão estava em gerenciar as pessoas realizando atividades pessoais em seus equipamentos corporativos. Agora, a preocupação está em como gerenciar atividades profissionais em devices pessoais. Com isso, desafio só aumenta devido à diversidade de plataformas e multiplicidade de opções equipamentos. Por exemplo, com o lançamento do Windows 8, a indústria de hardware lançou uma série de produtos entre notebooks, smartphones e tablets com o sistema operacional embarcado para o mercado consumidor.

• A Mobilidade: Os profissionais que viajam muito estão mais conectados se comparados a antes. Sendo assim, a mobilidade – o principal suporte de seus smartphones e notebooks – foi redesenhada e já se adaptou ao modelo BYOD. Afinal, a Internet está por toda a parte e o equipamento deve ser um meio de trabalho que opere independentemente do modelo, interface e sistema operacional. Dado o seu relativo baixo custo e alta penetração, crescerá ainda mais a utilização da mobilidade como alavanca para melhoria e agilidade de processos de negócio.

• A Consumerização de TI (CoIT): Este conceito envolve, de forma mais ampla, o BYOD, já que incentiva os colaboradores usarem qualquer tipo de equipamento pessoal para fins corporativos. Esta linha traz consigo duas características-chave: o imediatismo e a abrangência. No primeiro caso, vivemos em uma era de gratificações instantâneas, na qual compramos pela Internet e recebemos o produto ou serviço quase que prontamente. No mundo corporativo não é diferente. Os líderes de negócios esperam o mesmo nível de agilidade de suas áreas de TI para suportarem esta mesma expectativa do consumidor. Posteriormente, as organizações devem pensar que o consumidor tem sempre razão. Por isso, devem estar preparadas para responderem a alguma questão sem depender de plataforma tecnológica.

• A Colaboração Social: Vemos que a vertente social da computação dentro das organizações amadureceu. Antes, as companhias trabalhavam em silos, ou seja, cada setor com as suas prioridades e preocupações, que, no final, convergiam. Hoje em dia, percebemos que os resultados devem ser obtidos em tempo real, e nada melhor do que a colaboração genuína para assegurar o sucesso. A demanda por rapidez aliada às possibilidades tecnológicas torna o conceito de colaboração social prioritário para todos os colaboradores e parceiros de negócio.

• O Cloud Computing: A nuvem já é realidade e deve continuar a crescer neste ano. Afinal, a computação e serviços de software estão disponíveis em todos os lugares em uma rede escalável, pagando-se pelo uso como um serviço essencial, como água ou energia. Um casamento perfeito entre a mobilidade possível hoje em dia e as exigências da consumerização da TI.

• A Internet das coisas: Alavancado pela capacidade que os diversos dispositivos e objetos têm de se comunicar por meio de RFID (Radio Frequency Identification), Wi-Fi ou bluetooth, a comunicação direta dos equipamentos permite uma troca e complementação de dados relevantes. Além disso, promovem a agilidade nos processos de negócio aliada a maior qualidade nas informações compartilhadas.

 

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