O Clarovideo, serviço de vídeo on demand lançado pela Claro na semana passada, será aberto a não assinantes da operadora a partir do terceiro trimestre, com pagamento via cartão de crédito, revela o novo diretor de serviços de valor adicionado (SVA) e roaming da Claro, Alexandre Olivari. Na prática, o Clarovideo atuará como uma over the top (OTT) sobre as redes das concorrentes. "Estamos aproveitando uma oportunidade de mercado. Afinal, temos a rede, temos o conteúdo: por que não oferecer?", comenta o executivo em sua primeira entrevista para MOBILE TIME desde que assumiu o cargo no lugar de Fiamma Zarife, este ano. Olivari participará do painel "As novas apostas das teles em SVAs", no dia 16 de maio, durante o Tela Viva Móvel, ao lado de Alexandre Fernandes, diretor da Vivo; Roberto Guenzburger, diretor da Oi; e Mário Milone, diretor da Nextel. Para mais informações sobre o evento, acesse o site www.telavivamovel.com.br Segue abaixo a entrevista com Olivari.

Mobile Time – Quando a Claro lança um serviço de conteúdo móvel com a sua marca, como o Clarovideo, qual é a principal motivação: gerar receita nova ou fidelizar o assinante?

Alexandre Olivari – Um dos drivers sempre é aumento de receita. O grupo América Móvil, por estar em processo de convergência em todos os países (móvel, fixa, Internet e TV), deseja atuar de maneira fim a fim. A América Móvil aposta muito na questão do conteúdo, inclusive com a DLA, que é a provedora de conteúdo pra esse serviço. O Clarovideo tem como objetivo complementar o serviço de TV que o grupo presta através da Net. O usuário da Net tem hoje o mesmo conteúdo do Clarovideo no Now, mas restrito ao usuário Net e a seu set-top box. Agora viemos complementar dando a oportunidade para que mais usuários acessem esses conteúdos. E é importante ressaltar que o Clarovideo não tem foco mobile. É para entretenimento residencial. O conteúdo vem adaptado em versões full HD para televisão. Nessa primeira fase está disponível apenas para clientes da Claro, mas em breve será incluída a opção de pagamento por  cartão de crédito e qualquer pessoa poderá contratar o serviço.

Quando será lançado para não assinantes da Claro?

Está previsto para o terceiro trimestre.

Você diz que o foco não é mobile. Mas o acesso ao Clarovideo é feito através de apps móveis…

O serviço segue o conceito das três telas: celular, TV e computador. Através do app, você pode assistir na tela do smartphone ou plugá-lo a uma TV, se o dispositivo tiver saída HDMI. O conteúdo já está adaptado para sair da tela do celular para a tela da TV. E estamos em desenvolvimento para lançar um aplicativo para smart TVs e também para consoles de videogame. É, portanto, um serviço bem mais amplo, que sai do contexto simples de streaming móvel. A ideia é disponibilizar conteúdo para todo tipo de mídia.

Então pode ser usado em qualquer rede?

Exatamente. Uma conexão acima de 1 Mbps permite ter boa qualidade e boa resolução. O serviço tem um sistema de streaming adaptativo, que ajusta a resolução de acordo com a capacidade de banda. Na rede 4G dá para assistir em full HD em TV de 50 polegada sem nenhum problema. E no 3G também é bem razoável. E em casa se usa a Internet que tiver.

O Clarovideo tem o mesmo conteúdo do Now, serviço de video on demand da NET?

É exatamente o mesmo conteúdo do Now, que também é fornecido pela DLA.

Por que não manter a marca Now?

A marca Clarovideo é regional e está em todos os países onde a América Móvil atua.

Podemos entender o lançamento do Clarovideo como parte de uma estratégia defensiva da Claro contra a chegada de serviços over the top (OTTs), como Netflix, Nemovies e afins?

Não diria que é defensiva. Estamos aproveitando uma oportunidade de mercado. Afinal, temos a rede, temos o conteúdo: por que não oferecer? E aproveitamos uma vantagem competitiva: temos uma base grande de usuários, com os quais temos relacionamento de billing. Facilita para o usuário ter o serviço cobrado na sua conta.

A Claro cobra pelos dados trafegados em sua rede para o Clarovideo?

No momento não há nenhuma promoção vinculada a dados. Ou seja: o serviço consome o pacote de dados. Como é um serviço que demanda uma quantidade significativa de dados, temos que deixar claro para o cliente que ele deve usar a conexão de Internet que lhe for mais conveniente.

Há pesquisas que indicam que no futuro próximo mais da metade do tráfego móvel será ocupado por serviços de vídeo. A Claro teme o congestionamento da sua rede?

Esse tema de rede preocupa todas as operadoras no mundo. A questão é como fechar essa equação. Estamos trabalhando nisso. A demanda está vindo e temos que atendê-la. O serviço precisa ter a qualidade necessária a um custo acessível. Não é simples…

O grupo América Móvil tem vários serviços diferentes de TV no Brasil: Clarovideo, ClaroTV, Now… Quando haverá uma integração?

Isso cabe ao acionista e tem que ser resolvido em cada país. Em alguns é uma única empresa que presta TV, celular e Internet. No Brasil, por questões societárias e legais, as empresas continuam separadas. Mas as três (Claro, Embratel e Net) já trabalham em conjunto de maneira sinérgica. Do ponto de vista de negócios já estamos trabalhando juntos.

Qual a sua opinião sobre a portaria do Ministério das Comunicações que exige a presença de apps nacionais embarcados nos smartphones que terão desoneração tributária?

Não li a portaria. Mas acho positivo. A Claro, em termos de conteúdo e de apps embarcados, tem como principais parceiras empresas nacionais. Tirando dois provedores de games, os outros são todos brasileiros, como Movile, Titans e empresas incubadas em centros como o CESAR, de Recife.

 

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