Até grandes empresas privadas estão usando brokers não certificados para envio de mensagens de texto a seus consumidores. Nesta semana, um leitor contactou a redação de MOBILE TIME para informar que recebera uma mensagem do Pontofrio.com cujo remetente era um número de celular de São Paulo, o que indicaria o uso de chipeiras (veja imagem acima). A chipeira é um equipamento no qual são incluídos vários SIMcards para disparo de ligações ou mensagens de texto. Algumas empresas que oferecem o serviço de SMS corporativo na Internet adotam esse equipamento e nele inserem chips pré-pagos de diferentes operadoras, aproveitando-se de promoções de tráfego peer-to-peer (P2P) das teles. É uma exploração comercial indevida de um plano para pessoa física. Se identificado pela operadora, o chip pode ser bloqueado.

A mensagem do Pontofrio.com para o leitor dizia: "Você cliente televendas pontofrio.com.br, preparamos descontos exclusivos. Ligue 4002-3050, informe desconto e tenha 10% em todas as categorias". O diretor geral do MEF-LatAm, Rafael Pellon, que coordena uma campanha contra o chamado "SMS pirata", analisou a mensagem e confirmou se tratar de um SMS disparado por chipeira. Segundo Pellon, por desconhecimento, muitas empresas de grande porte, tais como o Pontofrio.com, contratam serviços de SMS corporativo prestados em canais não certificados e, logo, sem garantia de qualidade.

Procurado por este noticiário, o Pontofrio.com enviou o seguinte comunicado: "O Pontofrio.com pauta suas ações na ética e no respeito às leis. A empresa informa que possui processos internos consolidados para avaliação e cadastramento de seus fornecedores. Sobre o caso apontado, a organização esclarece que desconhecia qualquer irregularidade, já solicitou ao fornecedor responsável que verifique o ocorrido, e acompanhará o caso para regularização da situação."

Vale lembrar que o Pontofrio.com não está sozinho. Em matérias recentes, MOBILE TIME mostrou que até um edital da Petrobras para contratação de SMS corporativo não exigia que a prestadora do serviço fosse uma integradora homologada. Fontes do mercado calculam que metade do tráfego de SMS corporativo hoje no Brasil passa por canais não certificados pelas operadoras.

Anatel

Prossegue no âmbito do MEF o trabalho de identificação e denúncia das empresas de SMS pirata, o que deve ser concluído somente no fim deste ano. Em maio, Pellon terá uma reunião na Anatel para tratar do assunto. O MEF vai sugerir que a agência reguladora publique um ofício proibindo o envio de spam pelo celular, o que pode coibir parte do comércio irregular de SMS corporativo e de marketing.

 

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