O uso de chipeiras para o envio de mensagens de texto corporativas é generalizado no Brasil. Depois de constatada a prática por órgãos públicos, como a Defesa Civil do estado do Rio de Janeiro, e também por grandes empresas privadas, como Pontofrio.com, verificou-se agora que o serviço internacional de mensagens instantâneas WhatsApp também utiliza esse tipo de solução. A denúncia parte do diretor geral do MEF-LatAm, Rafael Pellon, que recebeu do WhatsApp uma mensagem para autenticação do seu celular enviada por um número de linha comum de São Paulo, não de um número curto (ou short number), como aconteceria se fosse usada uma integradora certificada (veja imagem acima). O número completo, com DDD, indica o uso de chipeira, equipamento em que são inseridos vários SIMcards de diversas operadoras para o disparo simultâneo de milhares de mensagens. Empresas têm oferecido o serviço de SMS corporativo e de marketing pela web usando chipeiras com SIMcards pré-pagos, aproveitando-se de promoções para pessoas físicas criadas pelas operadoras para estimular o tráfego peer-to-peer. Além de não haver garantia de qualidade, trata-se de um uso abusivo de um plano voltado para pessoa física, o que pode ser bloqueado a qualquer momento pelas operadoras.

A ironia por trás dessa nova denúncia é que o WhatsApp e outros serviços de mensagens instantâneas over the top (OTT) são considerados os maiores ofensores ao crescimento do tráfego de SMS no mundo. Entre usuários de smartphones, o WhatsApp é cada vez mais popular, canibalizando as mensagens de texto comuns trafegadas pelas plataformas de SMS das teles. De acordo com recente estudo publicado pela Informa Telecoms & Media, o volume diário mundial de mensagens via serviços OTT superou o de SMS em dezembro passado e representará o dobro ao fim deste ano.

 

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