A promessa de que a Apple lançaria um iPhone popular não se concretizou. Ela pode ter acertado nas cores, que agradam a jovens e fashionistas, mas errou feio no preço do iPhone 5C. Nas verdade, ele é como se fosse o iPhone 5 com uma leve redução de preço, o que iria acontecer de qualquer jeito depois de um ano de lançamento do produto. O valor de US$ 549 para a versão desbloqueada é caro mesmo para o mercado internacional. No Brasil, minha expectativa é de que venha na faixa de R$ 2 mil, o que não o permitiria sequer se aplicar à Lei do Bem. Ou seja, esse iPhone 5C não é popular nem aqui, nem na China. Talvez em Beverly Hills…

Por outro lado, no seu top de linha, o 5S, a Apple acertou a mão. O preço continua caro, mas as novidades tecnológicas me parecem suficientes para atrair seu público fiel e endinheirado. O leitor de impressão digital, se funcionar direito, é um apetrecho interessante não apenas por substituir a senha que destrava o telefone, mas especialmente para a efetuação de compras. Muita gente festejou a novidade como o fim da espionagem de namoradas ciumentas e o bloqueio de compras indevidas na App Store pelas crianças. Mas será que vai conseguir ler dedos suados e sujos? Se a leitura demorar um segundo a mais que o processo atual de digitação de senha, jea será suficiente para incomodar os consumidores.

No processamento, a Apple resolveu trilhar um outro caminho de seus concorrentes. Em vez de empilhar processadores em uma corrida louca por quadcores e octacores, a empresa apostou em um processador potente de 64-bits, o A7, e em um processador separado e dedicado aos sensores de movimento, o M7. É uma abordagem nova. Em se tratando de Apple, é provável que os outros fabricantes sigam essa trilha em breve. Eu apostaria que começaremos a ver daqui a pouco smartphones com processadores à parte dedicados aos mais diversos propósitos, como uma nova forma de diferenciação.

Por outro lado, a Apple continua com sua política irritante de não seguir padrões de hardware, usando aquele nano-SIMcard e evitando a porta mini-USB. A tela, de quatro polegadas é pequena: quem já experimentou smartphones com telas maiores mas que ainda cabem na mão ou no bolso (5 polegadas, por exemplo), sentem a diferença. E a interface, embora repaginada e modernizada com o iO7, permanece enclausurada a ícones quadrados lado a lado. Android e Windows Phone são muito mais flexíveis, personalizáveis e, consequentemente, mais bonitos.

Em resumo, medidos os prós e os contras, arriscaria dizer que o iPhone 5S será um sucesso de vendas ainda maior que o iPhone 5. Já o 5C não será suficiente para popularizar a Apple. O verdadeiro iPhone de entrada são os modelos velhos, vendidos em segunda mão, como o iPhone 3GS, 4 e 4S.

 

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