No início deste ano, a TIM, em parceria com o Itaú, MasterCard e Redecard, lançou um piloto no Brasil para testar a tecnologia NFC (Near Field Communication)  em celulares, que pode ser traduzido para o português como “comunicação em curta distância”.

A empresa disponibilizou 50 smartphones para que algumas pessoas realizassem pagamentos via celular em cem restaurantes das cidades de São Paulo e Rio de Janeiro, próximos ao seu local de trabalho.

As experiências superaram as expectativas: as transações foram realizadas com segurança e proporcionaram praticidade para os usuários e atendentes dos estabelecimentos. Isso porque, com bastante agilidade, o comerciante digitava o valor da conta em uma máquina POS (Point of Sale, ou seja, Ponto de Venda) e o cliente aproximava o celular da máquina para concluir o pagamento.

Este foi, sem dúvida alguma, o início do NFC no Brasil. Se antes as iniciativas apoiavam-se em testes internos de empresas, agora ganham as ruas e podemos verificar na prática a aplicação da Near Field Communication, beneficiando toda uma sociedade e a economia de um país. Afinal, ganhar tempo é sinônimo de ganhar dinheiro!

As novidades, contudo, não param por aí. Os brasileiros vivenciam já há algum tempo algumas outras experiências com NFC ao redor do país: no Paraná e em Santa Catarina, o smartphone substitui o validador de bilhetes de alguns ônibus, e usuários de táxis das principais capitais brasileiras já podem pagar corridas corporativas com o celular.

Graças a essas iniciativas, se tiver que fazer uma previsão, eu arriscaria dizer que os próximos cincos anos serão decisivos para a consolidação do NFC no Brasil. Além da natural popularização desta tecnologia e do crescente interesse de bancos, operadoras e varejistas em utilizar a Near Field Communication, o país terá uma ótima oportunidade em 2016: as Olimpíadas.

Eventos recentes, realizados ao redor do mundo, foram palco da utilização desta tecnologia e mostraram que o NFC pode ser muito bem associado aos encontros esportivos e de tecnologia, entre outros.

Durante o Congresso Mundial de Comunicações Móveis (Mobile World Congress) em fevereiro deste ano, os cerca de 3.500 visitantes participaram da "NFC Experience", na qual utilizaram a tecnologia NFC para comprar produtos e serviços via celular.

Nos mesmos moldes, visitantes e atletas puderam, nas Olimpíadas de Londres, em 2012, comprar produtos ao aproximar o celular de um terminal de pagamento sem contato. No total, 140 mil estabelecimentos do Reino Unido participaram da iniciativa.

Mas o que falta para a tecnologia NFC se consolidar de vez no Brasil? Alguns fatores. Um dos mais importantes é, sem dúvida, o modelo de negócios. Em outros países, varejistas, bancos e operadoras uniram-se em um consórcio, garantindo agilidade nos processos e na aplicação da tecnologia. Aqui no Brasil, a prática de consórcio ainda não existe concretamente.

Em Cingapura, por exemplo, três bancos, três operadoras e dois varejistas se associaram para implementar o NFC. Resultado: com o celular, os consumidores podem realizar pagamentos em mais de 20 mil estabelecimentos comerciais.

Tenho, no entanto, ótimas expectativas para o Brasil, cujos habitantes gostam de novas tecnologias e fazem questão de viver em sintonia com a modernidade. Estamos, é verdade, ainda no início de um processo, mas no final o NFC será um grande sucesso, pois oferece agilidade, praticidade e segurança nas transações, facilitando o dia a dia dos usuários.

 

 

 

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