Em suas primeiras palestras, o evento InsideAR, que aconteceu semana passada em Munique, disse a que veio: todos queriam saber como a Metaio, empresa organizadora do evento e uma das líderes do mercado de realidade aumentada, iria se relacionar com o fenômeno dos wearables devices, com destaque para o Google Glass. E a resposta foi imediata. Foi lançado no evento o SDK versão 5 da Metaio, integrado com o dispositivo. Este SDK é basicamente uma série de ferramentas que os programadores podem utilizar para criar aplicações de realidade aumentada para o Google Glass e para devices móveis utilizando a tecnologia da Metaio.

O SDK aumentou a velocidade de processamento em 2,7 vezes e permite reconhecer objetos não só mais pela textura, mas também pela sua forma, sendo possível colocar markers em 3D. Para ilustrar, os CEOs da empresa, Thomas Alt e Peter Maio, colocaram uma porta de um carro no palco. Como a superfície da porta é brilhante e reflete luz de formas diferentes dependendo da sua posição, na versão anterior do SDK seria muito difícil fazer o reconhecimento do ponto de gatilho. Agora, com a informação da forma total do objeto em questão, será possível, por exemplo, reconhecer esta porta independentemente da luz.

Mas não ficou por aí. Popular por seu browser de realidade aumentada para dispositivos móveis denominado Junaio, a Metaio lançou também o primeiro browser desenhado para o Google Glass, chamado Mirage. Com ele, é possível enxergar, sobreposto a realidade, os pontos de conteúdo que já eram presentes no Metaio – desde locais marcados no Foursquare, como posts de Facebook georreferenciados. Para ter mais informações sobre o ponto, basta direcionar seu olhar para ele e clicar no botão lateral do óculos inteligente. Para interagir com as informações do ponto basta fazer um aceno horizontal com a mão na lateral do aparelho. Para fechar, um gesto vertical.

São importantes, para o mercado em geral, os passos largos da indústria de wearable devices, seja no lado do hardware, seja no software. Mas é bem claro que ainda é um segmento que está somente dando seus primeiros passos na corrente da implementação da Internet das coisas. A usabilidade do Google Glass não é confortável, a navegação ainda não chegou ao ponto ideal e os custos prometem ser elevados. Mas sai na frente quem já incorpora este conceito.

 

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