A start-up Privaty anunciou nesta semana um aplicativo homônimo para Android que oferece privacidade para o chat do Facebook, codificando as mensagens para que ninguém, exceto o destinatário, tenha acesso ao conteúdo delas. O app acertou no timing de lançamento em um momento onde a discussão de privacidade continua à tona devido às denúncias de espionagem eletrônica e telefônica pelos Estados Unidos aos cidadãos brasileiros. “Queremos oferecer uma coisa que as pessoas deixaram para trás, que é a privacidade”, disse um dos fundadores da empresa, Sebastião Realino.
Na prática, a pessoa acessa a sua conta do Facebook por dentro do Privaty e dali redige e envia mensagens criptografadas para os seus contatos. Estes, por sua vez, só conseguem ler tais mensagens se o fizerem também dentro do Privaty. Essas mensagens, se abertas pelo Facebook no desktop ou celular, aparecem truncadas, em código, completamente incompreensíveis (veja imagens abaixo).
“O Privaty usa o canal do Facebook para enviar mensagens totalmente criptografadas. Se uma pessoa entrar na rede social por um computador, por exemplo, só vai enxergar códigos, não vai entender nada. Só abrindo o aplicativo ela conseguirá ler a mensagem normalmente”, explica. O aplicativo mostra todas as mensagens da conta do Facebook por meio de acesso com uma senha pessoal. É necessário que ambas as pessoas no bate-papo tenham o app instalado para conseguir ler e enviar mensagens codificadas.
Os sócios Sebastião Realino, Lucas Ferreira Machado e Otávio Silva e Souza estão desenvolvendo a aplicação para iOS e Windows Phone e esperam que o app se torne viral, uma vez que é necessária a adoção dele para ler as mensagens. “Se a pessoa receber uma mensagem criptografada, vai ficar instigada, vai querer saber o que está escrito e vai baixar o app”, prevê Realino. A expectativa é atingir 20 mil usuários em um mês, e chegar a 1 milhão de downloads nos próximos três anos.
O objetivo da start-up é manter o serviço sempre gratuito para os consumidores. O modelo de negócios inicialmente planejado é fazer integrações com empresas maiores, como o WhatsApp, mas, segundo Realino, isso deve ser alcançado em longo prazo.
Telas mostram as mensagens vistas no Privaty e no chat do Facebook