A MC1, empresa brasileira especializada em soluções de mobilidade corporativa, está realizando testes com um serviço de monitoramento de pontos de venda por meio de reconhecimento de imagem. A ideia é coletar fotos das prateleiras de supermercados com smartphones e enviá-las pela Internet para o back office do cliente, onde um software de reconhecimento de imagem é capaz, por exemplo, de contar quantas unidades do seu produto estão disponíveis e comparar com as quantidades dos principais concorrentes. A expectativa é lançar comercialmente essa solução nas próximas semanas no Brasil.
A coleta das fotos poderá ser feita com equipes próprias de monitoramento, que visitam os pontos de venda, ou por meio dos vendedores da marca, que acumulariam essa nova função. "O supermercado é cada vez mais um espaço de venda gerenciado pelas marcas. Estas têm que ajudar o varejo a girar seu produto", comenta Julio Chagas, diretor de estratégia e marketing da MC1.
Força de vendas
A MC1 é conhecida especialmente pela sua oferta de soluções de automação de força de vendas inteligente, que chama de SPE (Sales Process Execution). Ela consiste em prover informações detalhadas sobre clientes em potencial para os vendedores na rua, em seus smartphones: o sistema sugere que ponto de venda visitar e que argumentos usar na venda, com base em dados de diversas plataformas da empresa. "Alguns concorrentes acham que basta disponibilizar informações na mão do vendedor. Se forem gráficos complexos, não adianta. No nosso caso, as informações são tratadas e transformadas em um plano. A ferramenta dá os argumentos para o vendedor. E este passa a executar as orientações", explica Chagas.
A solução é implementada em dispositivos Android e Windows Mobile. A versão para iOS chegará somente no segundo trimestre de 2014. Hoje, 30 mil pessoas usam diariamente a solução de SPE da MC1, dentre as quais 19 mil são da área de vendas e o restante, de trade marketing. Entre os clientes estão Brasil Foods, Nextel e Nestlé, com 5 mil, 4 mil e 3,5 mil usuários, respectivamente.
Concorrência
A MC1 já está exportando seus serviços para outros países da América Latina e fechando os primeiros contratos com clientes asiáticos. Paralelamente, enfrenta a chegada de players internacionais no mercado brasileiro, como a Click Software. Chagas comenta: "As empresas internacionais têm softwares de qualidade, mas não estão preparadas para a realidade do modelo de vendas do Brasil e da América Latina. São válidas talvez para quem quer uma solução global. No entanto, na hora de aplicar na região, o produto precisa ser customizado para a realidade local."
Sobre a entrada de players tradicionais de TI em mobilidade, o executivo aposta que a MC1 se diferencia pelo fato de ter nascido móvel: "todo mundo sabe fazer a mistura de um bolo, mas nem todo bolo vai sair gostoso. É a mesma coisa com mobilidade. Quem pode dar o melhor retorno é quem respira isso."