A expectativa de operadoras de adicionar receita com o consumo de dados nas redes móveis com tablets parece não estar se concretizando. Isso porque a disponibilidade de conectividade Wi-Fi acaba por limitar a adoção das redes 3G e 4G nesses aparelhos, segundo levantamento da Analysys Mason's. Não significa que os dispositivos não sejam vendidos com antena e slot para SIMcard: 47% dos entrevistados afirmaram ter um tablet com conectividade celular, mas apenas metade deles realmente usa essa capacidade.
A empresa informa que, dos detentores de tablets com 3G/4G, 45% disseram que a principal razão de não habilitar o chip foi pela disponibilidade de Wi-Fi. Segundo a Analysys Mason's, esses aparelhos são mais utilizados em residências, trabalhos e locais públicos, lugares onde hotspots são mais comuns, particularmente em mercados desenvolvidos. Além disso, smartphones capazes de funcionar como roteadores (tethering) também servem como conectividade para os tablets.
Outra razão pela qual as redes móveis não são usadas é o preço da assinatura. A pesquisa diz que o valor dos planos não baixou tanto quanto o preço médio de varejo dos aparelhos. Essa seria provavelmente a principal causa de vendas maiores de tablets somente com Wi-Fi no Brasil, onde modelos com 3G e 4G são significativamente mais caros e ainda necessitam de um segundo plano pós-pago.
Presente
A tendência de uso do aparelho sem planos vinculados tem um fator curioso: quem usa os tablets não é necessariamente quem o adquire. De acordo com a pesquisa, 43% dos entrevistados não compraram o tablet que usam, mas o ganharam de presente de amigos e família (39%) ou para trabalho (4%). Além disso, 16% dos entrevistados afirmaram que o aparelho que usam sequer pertence a eles. Desses, 60% pegam o device de um membro da família e 26% de um colega de trabalho. Não ajuda os fabricantes o fato de que o ciclo de permanência do usuário com o dispositivo é relativamente grande: mais de dois anos para 49% nos Estados Unidos e 46% no Reino Unido.