A livraria digital brasileira Moby Dick, que trabalha exclusivamente com e-books, está preparando a sua adaptação para o mundo móvel. Seu site ganhará uma versão para celulares ainda este mês e em janeiro chegarão seus aplicativos para Android e iOS. Outra novidade é a parceria com a PagSeguro, como nova forma de pagamento no site. As vendas da Moby Dick vêm crescendo em média três vezes a cada mês e aproximadamente 10% do total provêm de smartphones e tablets. O catálogo da livraria conta com 16 mil obras de mais de 250 editoras, incluindo a Companhia das Letras, recentemente adicionada.
"Todas as empresas brasileiras desse setor vêm do mercado livreiro, como a Cultura, a Saraiva, e a Iba. A gente traz uma proposta diferente: nossos investidores vêm do setor de tecnologia. A nossa missão é fazer um site prático e com conteúdo relevante", explica Leandro Barros, diretor de marketing da Moby Dick.
Mercado brasileiro
O consumo de e-books no Brasil ainda é baixo. Barros estima que as vendas de livros digitais representem menos de 10% do total. O leitor brasileiro ainda não se acostumou com a novidade. O executivo relata que volta e meia há gente que compra um e-book na Moby Dick e depois reclama que não recebeu o livro em casa. "Queremos fazer a cultura da conversão do papel para o e-book. O mercado brasileiro ainda não virou a chave. A venda em massa ainda é de papel", reconhece. Para o leitor, Barros lista entre as vantagens do e-book a possibilidade de se baixar e ler a obra na mesma hora, sem precisar aguardar a entrega pelo correio. Além disso, no caso de livros grandes, o peso faz diferença. O executivo acredita que a grande virada no mercado brasileiro acontecerá somente em 2015, quando espera que aproximadamente 40% das vendas de livros no País serão de e-books.
Para isso acontecer, é preciso também ajustes no relacionamento entre livrarias digitais e editoras. Estas últimas estão preocupadas que preços demasiadamente baixos de e-books queimem as vendas em papel. Por isso, as editoras impõem limites de preços às livrarias. Quem descumprir, pode ser descredenciado. "A tendência é de que o preço do e-book fique em torno de 60% a 70% daquele da versão impressa, podendo chegar a no máximo 50%", prevê Barros. Com o livro digital, há uma economia na impressão, na distribuição, no armazenamento e no frete. Por outro lado, livrarias digitais têm gastos com manutenção e hospedagem de seus sites. E as editoras continuam precisando ser remuneradas pelo seu custo de produção das obras, o que inclui o trabalho de edição, revisão, diagramação etc.