A ascensão de milhões de brasileiros à classe média nos últimos anos contribuiu para aumentar as vendas de carros e de smartphones. Esse fator econômico aliado à ocorrência de engarrafamentos constantes nas metrópoles brasileiras fizeram do Brasil o cenário perfeito para o sucesso do Waze, aplicativo colaborativo de trânsito, em que os próprios motoristas atualizam os mapas e informam sobre as condições do tráfego em tempo real. Hoje, o Waze conta com mais de 6 milhões de usuários registrados no País, o que faz do Brasil seu segundo maior mercado no mundo, atrás apenas dos EUA. Antes de ser vendido para o Google, no meio do ano, o Waze somava mais de 50 milhões de usuários globalmente. Ainda não foram divulgados números atualizados após a incorporação.

"A penetração de smartphones está crescendo no Brasil. E as cidades são muito grandes, há muita população urbana", comenta Di-Ann Eisnor, vice-presidente de plataformas e parcerias do Waze. "O número de carros está aumentando rapidamente no Brasil. Com mais carros, aumentam os engarrafamentos. Pessoas, carros e smartphones são os fatores-chave para a penetração do Waze", complementa Chen Barshai, diretor de projetos, comunidades e suporte do Waze.

Encontro de líderes

Os dois executivos estão no Rio de Janeiro para participar neste fim de semana do primeiro encontro latino-americano dos líderes da comunidade Waze. Ao todo foram convidados os 40 principais editores de mapas do app na região. A ideia é trocar informações entre si e com os executivos do Waze.

Todos os editores são voluntários. Eles ajudam diariamente na edição dos mapas do app pela gratificação da colaboração. Há um ranking para os editores de mapas, que ganham pontos de acordo com a sua participação. Quando da demolição do Elevado da Perimetral, no Rio de Janeiro, por exemplo, os próprios editores no Rio ajustaram os mapas, antes mesmo que os engenheiros do Waze precisassem fazê-lo. "Quando vimos, já estava pronto", relata Barshai. "A própria comunidade se autorregula. Nós atuamos apenas como moderadores", acrescenta.

Os executivos do Waze elogiam também a participação pró-ativa da prefeitura do Rio de Janeiro, que foi a primeira no mundo a integrar o app ao seu centro de controle de tráfego. É uma parceria ganha-ganha, com troca de dados entre as partes e sem pagamentos. Para o Waze, a vantagem está em ser informado previamente sobre o fechamento de ruas durante eventos extraordinários, como reveillon ou a visita do Papa.

Publicidade

Recentemente, o Waze começou a vender publicidade dentro do app em 12 mercados, incluindo o Brasil. Os anúncios aparecem de diversas formas, como um banner pop-up quando o carro está parado em um sinal de trânsito. A proposta é levar em conta cada vez mais o contexto do motorista, como o seu destino, a hora do dia etc. Se estiver dirigindo para o aeroporto, por exemplo, não será incomodado com publicidade. Mas se estiver voltando para casa depois do trabalho à noite, poderia receber dicas de entretenimento.

"Ainda estamos arranhando a superfície em relação ao potencial da nossa plataforma. Queremos agora ter a velocidade do Waze com a escala do Google", diz Di-Ann.

Firefox OS

Di-Ann disse que não há planos de criar uma versão do Waze para HTML5 por enquanto e nem para nenhuma plataforma móvel além das três onde já opera: Android, iOS e Windows Phone. A postura da empresa é aguardar haver demanda de usuários, tal como fez com o Windows Phone, que somente no mês passado recebeu uma versão do app.

 

*********************************

Receba gratuitamente a newsletter do Mobile Time e fique bem informado sobre tecnologia móvel e negócios. Cadastre-se aqui!