Os desenvolvedores móveis podem ser divididos em "classes sociais" de acordo com a sua receita mensal por aplicativo. Em seu estudo "Developer Economics", do primeiro trimestre deste ano, que contou com apoio de mídia do MOBILE TIME, a Vision Mobile propõe uma classificação sob essa perspectiva. A empresa traçou inclusive uma "linha de pobreza", cujo limite é US$ 500 por app/mês. De acordo com a pesquisa, que entrevistou mais de 7 mil desenvolvedores móveis do mundo inteiro, 60% deles estão abaixo dessa linha da pobreza. Cabe lembrar que neste percentual foram considerados apenas os desenvolvedores que têm a geração de receita o seu principal foco, ou seja: foram excluídos aqueles que criam apps por hobby, por exemplo.

Quando a receita é analisada por sistema operacional prioritário, é nítida a diferença entre as plataformas. Mais de 70% dos desenvolvedores de Windows Phone e Blackberry geram menos de US$ 500 por app ao mês. Em Android e HTML5 são cerca de 60% e no iOS, um pouco menos de 50%. A maior concentração de "classe média baixa" (entre US$ 500 e US$ 10 mil) está no iOS: aproximadamente 35% de seus desenvolvedores faturam nessa faixa, enquanto em HTML5 e Android são mais ou menos 20%. A chamada "classe média alta" (entre US$ 10 mil e US$ 50 mil) também tem uma proporção maior em iOS que nas demais plataformas. E a camada dos ricos (acima de US$ 50 mil) representa entre 5% e 10% na base iOS e HTML5. Em Android, é menos de 5%.

O iOS tem a receita média mensal por desenvolvedor mais alta dentre todas as plataformas: US$ 750. Entre aqueles que priorizam Android, o faturamento médio mensal é de US$ 150, mesmo valor verificado entre os desenvolvedores que têm o HTML5 como primeira opção. No Blackberry 10, a receita média é de US$ 75. E no Windows Phone, US$ 25.

A Vision Mobile calcula que o mercado de apps móveis movimentou uma receita mundial de US$ 68 bilhões para os desenvolvedores no ano passado, somando o faturamento com downloads, vendas in-app, publicidade, contratos de desenvolvimento e e-commerce. O modelo de negócios mais popular entre os desenvolvedores continua sendo o de publicidade, sendo o preferido de 26% deles. Porém, o mais rentável é o de terceirização do desenvolvimento, que respondeu por 56% da receita desse mercado no ano passado.