É difícil resumir o Lifelock em uma única definição. Na prática, esse app cumpre três funções distintas e independentes, todas muito úteis: organizador de finanças pessoais; repositório de documentos e cartões de crédito; e serviço de proteção contra roubo de identidade e fraude com cartões de crédito. As duas primeiras são gratuitas, enquanto a terceira é paga.

Como organizador de finanças pessoais, Lifelock armazena fotos e dados de recibos, classificando-os de acordo com os tipos de gastos (alimentação, transportes etc), a finalidade (gastos pessoais ou de trabalho) e a forma de pagamento (dinheiro, cartão etc). O app fornece um resumo simples e de fácil leitura por período definido pelo usuário (mês atual, últimos 30 dias, últimos 7 dias etc). Há diversos outros apps no mercado se propondo a organizar finanças pessoais. Dos que já tive oportunidade de testar – não foram muitos –, achei Lifelock um dos melhores, com destaque para a facilidade de uso.

O papel de repositório de documentos é algo que eu ainda desconhecia. A primeira reação é se perguntar por que alguém guardaria seus documentos dentro de um app. Obviamente, é preciso confiar no desenvolvedor. O passaporte, por exemplo, não tive coragem de escanear. Mas pode ser bastante útil para guardar números de cartões de fidelidade e planos de saúde. No fim das contas acabei adicionando também RG e carteira de motorista. Entendi como uma maneira de proteção: você tem guardados os números caso perca o documento. Já houve também consultas médicas em que esqueci em casa o cartão do plano de saúde e bastava o número para que o atendimento fosse autorizado. Um problema nessa funcionalidade é que o app tenta capturar automaticamente a imagem do documento e às vezes o faz desfocado. Falta a opção de não aceitar a foto ou de editá-la depois. É preciso ir até o final do cadastro, apagar o cartão por inteiro e começar de novo. O software de reconhecimento de caracteres também não opera muito bem. Deu certo apenas em um ou outro cartão. Irrita um pouco a necessidade de repetir nome e sobrenome em todos os documentos adicionados. Presumindo que se trata de um app para uso individual, esses dados seriam sempre os mesmos. A única exceção que consegui imaginar seria, por exemplo, para documentos de um filho pequeno.

Não testei o serviço pago de proteção do Lifelock, mas ele parece interessante. O app se propõe a enviar alertas sobre tentativas de uso indevido dos cartões de crédito do usuário, assim como possíveis fraudes usando seus dados pessoais, inclusive abertura de contas bancárias. Para tanto, Lifelock acompanha sites do mercado negro de venda de identidades e troca informações constantemente com diversas instituições financeiras. Não sei, porém, se o serviço no Brasil tem a mesma qualidade que nos EUA, onde provavelmente a Lifelock concentra sua atuação. Há dois planos: básico (US$ 110 por ano) e premium  (US$ 275 por ano).

Uma coisa é certa, quem usar o Lifelock precisa confiar nele. Se algum hacker tiver acesso à sua base de dados, terá a vida inteira dos usuários em suas mãos. Um ponto importante: o acesso ao app pode ser protegido poruma senha de quatro dígitos independente daquela de desbloqueio do telefone.

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