A popularidade do WhatsApp, com seus mais de 500 milhões de usuários ativos no mundo, está atraindo o interesse de empresas especializadas no envio de spam. Uma delas é a Whatsgateway, que vende através do seu site na web o serviço de envio de mensagens em bloco pelo WhatsApp. A empresa se descreve como "o primeiro sistema de mensagens em grupo para usuários do WhatsApp". Em outra parte do site, a finalidade publicitária é explicitada: "com o nosso serviço te ajudamos a enviar propaganda para usuários do WhatsApp".

Os preços são módicos, o que permite que até pessoas físicas utilizem o serviço. O menor pacote, com 5 mil mensagens, por exemplo, custa US$ 75, ou meros US$ 0,015 por mensagem. O mais caro, com 100 mil mensagens, sai por US$ 1 mil, ou US$ 0,01 por mensagem. São preços mais em conta que o de envio de mensagens de texto (SMS) por meio de integradores homologados, por exemplo. E traz algumas vantagens: as mensagens são mais longas que um SMS comum (até 500 caracteres) e podem incluir fotos e vídeos. O pagamento pode ser feito via cartão de crédito, transferência bancária ou PayPal.

O problema é que esse tipo de serviço fere os termos de uso do WhatsApp, que proíbem a adoção de qualquer "sistema automático (…) que acesse o serviço de maneira a enviar mais requisições de mensagens aos servidores do WhatsApp em um determinado período do que um ser humano é capaz de enviar usando o aplicativo do WhatsApp no mesmo intervalo de tempo".

Pelo site é possível realizar um teste gratuito. MOBILE TIME conseguiu enviar uma mensagem para um usuário brasileiro de WhatsApp através da ferramenta. O número do remetente é do Egito. A boa notícia é que o WhatsApp tem uma ferramenta de bloqueio de remetentes, o que permite construir uma lista negra personalizada. Testamos bloquear o número do Whatsgateway e deu certo: a segunda tentativa de mandar uma mensagem para o mesmo número brasileiro não chegou ao telefone, apesar de o site do Whatsgateway informar que teria sido entregue com sucesso.

Resposta

MOBILE TIME entrou em contato por email com o WhatsApp e recebeu resposta do próprio Jan Koum, um dos fundadores do aplicativo de mensagens. O executivo confirmou que tal serviço fere os termos de uso do WhatsApp e disse que o departamento jurídico tomará as providências legais cabíveis.

Vale lembrar que uma das razões do sucesso do WhatsApp é justamente a oferta de um serviço de qualidade e com design limpo, sem banners ou qualquer outra poluição visual. Mesmo após a venda para o Facebook por US$ 19 bilhões, Koum reiterou publicamente que essa estratégia não será modificada.

 

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