Em seis meses, o mercado de telefonia móvel no Brasil mostrou que a banda larga cresce a passos largos, mas ainda está atrás de uma maioria presa à obsoleta tecnologia 2G. Conforme mostram os números do relatório referente a junho divulgado nesta quinta, 24, pela Anatel, ainda seriam necessários, no ritmo de crescimento atual, pelo menos três meses para que o 3G consiga ultrapassar a segunda geração. Enquanto isso, o 4G começa a mostrar a que veio ao passar dos três milhões de acessos.

O total no Brasil de LTE em junho foi de mais de 3,270 milhões de conexões. O crescimento registrado no mês foi o maior da tecnologia até então em números absolutos, com 441,2 mil novos acessos, um aumento de 13,49%, provavelmente impulsionado pela compra de novos handsets no período de Copa do Mundo. Sazonalidades à parte, contabilizados os seis meses, a base mais do que dobrou (108,79%), com 1,7 milhão de novas conexões desde janeiro. Com isso, a quarta geração ganha um pouco mais de expressividade e agora soma 1,19% do total de acessos no País.

Destaca-se a entrada de mais um player nesse mercado, a Nextel. Com o lançamento da sua rede 4G na faixa de 1,8 GHz no Rio de Janeiro, a operadora neste mês somou suas primeiras linhas com essa tecnologia, totalizando agora 9,6 mil acessos. A grande maioria está na região metropolitana carioca, mas no banco de dados da Anatel estão registrados 247 acessos na área de registro 22 (região dos Lagos) e 221 na região 24 (sul fluminense).

A Vivo continua líder ao abocanhar mais de 39% desse mercado, com 1,281 milhão de acessos. A TIM é a segunda, com cerca de 990 mil de conexões e 30,3% do mercado. Já a Claro conta com 20% de participação, totalizando 655,4 mil linhas. A Oi manteve os 10,2% de share e ficou em 333,8 mil acessos 4G. Todas as quatro maiores operadoras conseguiram mais do que dobrar suas bases de handsets 4G no semestre. O destaque nos seis meses é da Claro, que apesar de ter tido menos adições líquidas (386,3 mil) do que Vivo (624,9 mil) e TIM (518 mil), cresceu mais proporcionalmente (143,6%).

3G e modems

Com 4,478 milhões de linhas, o crescimento líquido de acessos de handsets 3G foi menor (3,78%) do que em maio (4,33%), mas foi o segundo maior avanço do ano. Vale notar o substancial aumento de 21,09% (ou mais de 20,6 milhões de conexões) na primeira metade de 2014, fazendo com que agora sejam 118,5 milhões de acessos WCDMA – quase 43% da base total de telefonia móvel nacional.

No período, a Nextel aumentou sua oferta de 3G e cresceu mais de quatro vezes sua base, que agora é de 729,4 mil acessos. O maior avanço líquido no semestre foi o da TIM, com 5,879 milhões de novas linhas. Em market share, contudo, a Claro continua líder com 35,06% de participação, seguida da TIM (25,52%), Vivo (24,42%) e Oi (13,7%).

Enquanto isso, o mercado de modems e tablets (inclui terminais 4G) encolheu quase 1% em junho. Novamente, apenas a Nextel adicionou acessos (4.622) no mês. No semestre, a base perdeu 247,5 mil acessos, deixando-a 3,54% menor do que em janeiro. A Claro é a operadora que mais perde, com 106,5 mil desconexões nos seis meses. A líder do segmento continua sendo a Vivo, com mais da metade (52,2%) do mercado. No total, o Brasil somou 6,742 milhões de acessos.

Banda larga móvel

Somando os acessos de banda larga móvel (handsets 3G e 4G e modems), o País chega mais próximo do 2G, totalizando 46,6% da base total móvel. São 128,487 milhões de linhas, um crescimento de 3,78% no mês (4,853 milhões) e de 20,76% (22,091 milhões) no semestre. 

Sem os modems, a proporção de banda larga em handsets de terceira e quarta gerações cai um pouco (44,16%) e soma 121,744 milhões de acessos. O avanço no semestre foi de 22,47%, ou 22,339 milhões de adições líquidas no período.

Segunda geração ainda lidera

O País contou um recorde de desligamentos no mês de junho, com 4,693 milhões de linhas a menos, queda de 3,4% em relação ao mês anterior. O mercado registrou 19,460 milhões de desconexões 2G no semestre, mas essa tecnologia continua sendo responsável por pouco mais da metade (50,1%) da base total no País. Ainda são 138,1 milhões de acessos de segunda geração, mercado dominado pela Vivo (com 30,9%), seguido da TIM (29,7%), Oi (23,8%) e Claro (15,2%).

A proporção de conexões 3G em relação ao 2G ainda é menor do que esperava o presidente da Anatel, João Rezende. Ao final de janeiro, ele previu que a tendência de crescimento do mercado seria o suficiente para que a base de terceira geração superasse a do 2G já em junho. No entanto, considerando somente os números de handsets, ainda faltam alguns meses. Na média atual de cerca de 3,5 milhões de adições líquidas do 3G e cerca de 3,2 milhões de desconexões do 2G, a previsão deste noticiário de que a virada aconteceria em outubro está mantida.

Total

Somando todas essas tecnologias às 9,1 milhões de conexões máquina-a-máquina (M2M), o Brasil tinha em junho um total de 275,7 milhões de acessos. O crescimento da base de 212,27 mil novos acessos (0,09%) foi notavelmente menor do que o registrado em maio (0,67%). A teledensidade ficou em 136,06%.

 

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