A produtora nacional de e-books Cuca Maluca lançará em outubro, antes do Dia das Crianças, um serviço de assinatura de conteúdo infantil para tablets e smartphones. A ideia é oferecer não apenas todo o seu catálogo de livros eletrônicos, mas também vídeos, músicas e jogos associados a eles, seguindo um conceito de transmídia. Para tanto, o aplicativo guarda-chuva da marca está sendo redesenhado e será relançado para Android e iOS – a versão para Windows Phone deve vir somente no primeiro trimestre de 2015.

"O grande charme da Cuca Maluca é não dar apenas entretenimento: queremos que a criança aprenda alguma coisa, agregando valor à brincadeira. Mas não adianta ser educacional se for chato. Tem que ser divertido", explica Valéria Guerra, sócia e autora dos livros da produtora. A empresa está aberta a incluir conteúdo de terceiros em seu serviço de assinatura, mas precisa seguir a proposta da marca. "Estamos tomando muito cuidado para não perder a pegada educacional da Cuca Maluca. (O conteúdo de terceiros) precisa ser aderente à nossa proposta de valor", diz a autora.

A empresa publicou até hoje seis e-books e tem outros dois previstos para o fim do ano. Entre os títulos, há alguns relacionados ao folclore nacional, como "Saci Perereca" e "O Curupira Caipira", que figurou entre os finalistas do Prêmio Oi Tela Viva Móvel deste ano. A Cuca Maluca também aposta em livros sobre heróis nacionais, começando por Santos Dumont e depois a princesa Isabel e o imperador D. Pedro II. Seus títulos atraíram o interesse de diversos fabricantes que atuam no Brasil, tendo sido embarcados em mais de 2 milhões de smartphones e tablets, somando modelos da Positivo, Multilaser, Gradiente e Sony.

Dentro dos e-books, a produtora evita incluir muitas interações. O foco está na leitura, acompanhada de desenhos que atraiam a atenção das crianças. Existe sempre a opção de ouvir a história, na voz gravada de um narrador. A resposta do público tem entusiasmado os sócios da empresa. "Teve uma mãe que convidou a gente para fazer uma sessão de contação de histórias na escola. Fizemos com um tablet nas mãos", relata. A autora coleciona alguns casos que a emocionam: "Uma mãe mandou um email contando que a filha estava doente, no hospital, tratando de leucemia, e que a única coisa que a alegrava eram os livros da Cuca. E a menina melhorou."

Parceria com Kappamakki Digital

A experiência de lançar um serviço de assinatura e de produzir conteúdo transmídia vem junto com um movimento estratégico dos fundadores da Cuca Maluca: a empresa firmou uma parceria com a Kappamakki Digital. As duas empresas vão dividir as tarefas nessa nova fase da Cuca Maluca. A tendência é que os fundadores das duas empresas se tornem sócios no futuro. "A Kappamakki tem interesse grande no mercado educativo, pois falta conteúdo de qualidade nele", explica Marcia Elena Almeida, uma das sócias da Kappamakki.

Análise

Serviços de assinatura de conteúdo móvel infantil têm dado certo no Brasil. Um dos exemplos de maior sucesso comercial é o Playkids, da Movile, que conseguiu extrapolar as fronteiras do País e conquistar público no exterior. O Youyin é outro case de destaque, tendo conseguido o embarque em diversos modelos de aparelhos vendidos no Brasil. Nenhum dos dois, contudo, têm o enfoque educacional pretendido pela Cuca Maluca, o que representa uma oportunidade no mercado brasileiro.

 

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