A ideia de conectar e promover a interação entre pessoas e seus objetos eletrônicos vem ganhando força nos últimos tempos. E o que parecia uma tendência para um futuro ainda distante já se aproxima da realidade de um número cada vez maior de pessoas no Brasil e no resto do mundo.
A proposta da Internet das Coisas, ou Internet of Things (IoT), é conectar tudo o que puder ser conectado e interligar objetos do dia a dia à Internet. Com isso, o que se espera, em um primeiro momento, é simplificar a vida das pessoas. Em um futuro um pouco mais distante, a Internet das Coisas poderá conectar cidades inteiras, tornando-as mais inteligentes.
Mas enquanto não é possível conectar as cidades, criamos nossas pequenas e crescentes conexões com o uso de aplicativos, que estão cada vez mais presentes nos nossos celulares, permitindo saber desde o saldo bancário, às calorias ingeridas ao longo do dia, e auxiliando, inclusive, na escolha do caminho que faremos na volta para casa.
Ampliando o raio de ação dessas redes, já temos os sensores de pedágio que interagem com tags nos veículos e abrem as cancelas e nos fazem ganhar tempo nas viagens, e também nos estacionamentos de shoppings, onde os sistemas poderão brevemente indicar onde há vagas e nos poupar de ficar rodando em círculos em busca de um local para estacionar. Este mesmo sistema também servirá para indicar aos mais incautos onde está localizada a vaga, na hora de sair do shopping.
No entanto, se a ideia da conexão das coisas parece ser muito atraente e surge como um facilitador no nosso cotidiano, há vários pontos que ainda são um obstáculo a esta realidade, assim como uma série de perguntas ainda sem respostas. Será que a Internet das Coisas estará acessível a todos? Estaremos criando uma sociedade mais igual ou aumentando o gap social entre aqueles que podem pagar por uma conexão de alta qualidade e aqueles que não poderão dispor deste recurso?
Quanto dinheiro estará envolvido na conexão dos aparelhos eletrônicos? Quem paga esta conta? Já sabemos que a conexão só será possível com um chip e seu custo poderá ser um limitador. E a questão da segurança? Quem cuidará deste processo e a que custo? Se por um lado o usuário deseja acionar o alarme da sua casa à distância, ele também quer ter certeza que ninguém poderá burlar o seu comando. O mesmo vale para um dispositivo que avisa que a torneira está pingando. O usuário precisará saber se se trata de algumas gotas de água ou se a casa corre risco de alagar.
A preocupação com os hackers mexe até com os mais entusiastas defensores da Internet das Coisas, pois ninguém quer ver seus dados acessíveis na rede.
Mesmo com as várias perguntas, algumas dúvidas e receios, as empresas de tecnologia precisam enxergar a Internet das Coisas como oportunidade de negócio. Só para ter uma ideia, uma pesquisa da consultoria IDC aponta que o mercado de Internet das Coisas vai render US$ 8,9 trilhões em 2020, com um crescimento anual médio de 7,9% até lá. Ainda de acordo com a IDC, no Brasil, só este ano, o mercado de equipamentos que conectam objetos à web já movimentou US$ 2 bilhões. Mas, os números de todas as consultorias sobre a IoT se mostram ainda meras conjecturas, ninguém sabe ao certo o verdadeiro tamanho deste mercado.
Mas uma coisa é certa: se o montante financeiro da Internet das Coisas no campo dos eletrônicos já parece interessante, sem dúvida, quando chegarmos na era das cidades conectadas, com seus sistemas de transporte, energia, comunicações, saúde e educação, teremos um volume financeiro muitas vezes maior.
Para o mercado de TIC, o caminho que se apresenta é o de investir no desenvolvimento de ferramentas e soluções que facilitem as conexões e que funcionem como o front-end desta rede de interconexão, através dos aplicativos, equipamentos e tecnologia de segurança da informação.