O investimento de risco em empresas europeias de meios de pagamento móveis está em vias de superar os níveis registrados durante o boom das pontocom, no final da década de 1990, impulsionado pela rápida implantação das tecnologias digitais e as mudanças no comportamento do consumidor. Startups europeias de meios de pagamentos e de processamento de transações levantaram US$ 417,9 milhões nos primeiros nove meses deste ano, mais de sete vezes o que foi registrado em igual período de 2013, de acordo com dados da Dow Jones VentureSource. Trata-se do maior valor anual obtido desde que a VentureSource começou a fazer o levantamento dos dados no ano 2000, quando a cifra anual atingiu US$ 250,2 milhões.

Até o fim do primeiro trimestre deste ano, as empresas europeias de meios de pagamentos e processamento de transações haviam levantado US$ 216,8 milhões, na comparação com os US$ 2,97 milhões registrados em igual período do ano anterior. A cifra também foi a maior já verificada num trimestre.

Observadores do mercado dizem que o boom vem sendo impulsionado, em grande parte, pelo fato de o comércio estar se movendo cada vez mais para as transações móveis, criando as necessidades e oportunidades de desenvolvimento de soluções de pagamento eficazes para dispositivos móveis.

A empresa sueca de pagamentos online Klarna levantou US$ 124,2 milhões em março de fundos de capital de risco, como o Atomico, General Atlantic e Sequoia Capital, o que se configurou no maior valor investido em uma empresa europeia desse segmento neste ano, de acordo com a VentureSource. A Klarna foi seguida pela empresa de comércio eletrônico, com sede em Londres, Powa Technologies, que levantou US$ 80 milhões com o fundo investimento Wellington Management, em novembro, bem como a startup de pagamentos móveis iZettle, que levantou US$ 62 milhões dos Index Ventures e Greylock Partners, em maio. O aumento dos investimentos também foi impulsionado por mudanças no próprio "ecossistema" de meios de pagamento, incluindo até a captação de bitcoins para a proliferação de serviços financeiros fora das instituições tradicionais.

O investimento de risco em empresas de pagamentos cresceu a um ritmo mais rápido na Europa do que no restante do mundo nos nove primeiro meses deste ano. As empresas de meios de pagamento e de transações levantaram US$ 1,18 bilhão no período, ante US$ 533 milhões no mesmo intervalo do ano passado.

 

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