A Motorola lançou nos Estados Unidos em novembro o Droid Turbo em parceria com a operadora norte-americana Verizon e, pouco tempo depois, o aparelho foi lançado no Brasil com o nome de Moto Maxx – e sem estar atrelado a nenhuma tele. O principal foco do dispositivo: a robustez em todos os aspectos. É o smartphone mais parrudo que a empresa, hoje propriedade da Lenovo, já lançou. E é mais do que um Moto X com anabolizantes, é uma autêntica pick-up 4×4 da telefonia. Essa abordagem agrada a todos? Não, mas é algo que pode ser levado em consideração.

A principal característica do Maxx é, sem dúvida, sua bateria de 3.900 mAh. Embora não fique nem perto das 40 horas que o marketing da Motorola divulga, consegue chegar bem a cerca de 30 horas de uso intenso, mas normal. Usei o aparelho como roteador 4G, com o GPS ligado nos aplicativos de fitness Google Fit e Runtastic, sempre checando e-mails e redes sociais e com o Spotify onipresente, e consegui chegar em casa à noite com ainda 40% de bateria. Isso acostuma mal um heavy user, fica difícil voltar à rotina de dependência de uma tomada, como era o meu caso com o iPhone 5S.

Outro chamariz é a tela dele. É de 5,2 polegadas, com resolução Quad HD (também conhecida como 2K, maior do que o Full HD) e densidade de 565 pixels por polegada. Na prática, é uma tela linda, das melhores que já vi em um Android, só peca um pouco na reprodução de cores – embora não seja saturada como modelos Samsung, tem aspecto meio lavado e o branco acaba ficando com tom meio amarelado, pelo menos na unidade testada. O ponto positivo é que, mesmo sendo relativamente grande, ela é bem incorporada ao corpo do smartphone, que tem tamanho confortável. Uma reclamação mínima é que os botões do sistema ficaram na parte inferior, e não na própria tela, contrariando a tendência atual e deixando o celular com um ar um tanto quanto datado. Ao menos dá mais espaço para a tela.

A Motorola gosta também de chamar atenção para o acabamento do Moto Maxx, que tem kevlar para proteger de impactos e conta com a tampa traseira com Nylon balístico. Como já foi amplamente notado na Internet, esse tecido acaba desfiando em pontos de proximidade com a parte emborrachada da tampa. Não é uma coisa muito legal, principalmente considerando-se que seja um aparelho high-end, mas é passável.

Força bruta

De resto, o bicho é pura potência, inclusive com seus 64 GB internos. E, assim como o motor potente de uma pick-up 4×4 tem trabalho para colocá-la em movimento, isso não significa necessariamente um desempenho de Ferrari. É um smartphone muito rápido, sem dúvida, mas parece que a resolução da tela acaba exigindo tanto do processador Qualcomm Snapdragon que ele acaba se equiparando a outros modelos com configuração um pouco inferior. Nem de longe é algo grave, mas saiba que o dispositivo tem essa característica antes de olhar apenas para os números de benchmark.

A câmera tem 20 megapixels e filma em 4K ou Full HD e tem slow motion com resolução de 720p. É isso. Não espere muito dela: o app da câmera é básico como do restante da linha Moto, e tirar fotos com o HDR ligado é uma tarefa frustrante se você quer capturar fotos de felinos. Se você os convencer a posar para o Moto Maxx, os resultados são muito bons.

É importante dizer que a Motorola prometeu atualizar o dispositivo com a versão 5.0 do Android, o Lollipop, mas até esta sexta-feira, 19 de dezembro, ainda não havia disponibilizado o software. Por outro lado, a empresa já liberou o update over-the-air (OTA) para o Moto X de segunda geração, e, nos Estados Unidos, também para o Moto G. A política de atualização continua, mas ainda não há previsão de quando o pirulito do Google chegará ao Maxx. Em troca, há todas as perfumarias interessantes da fabricante, como o Moto Assist, que usa o Google Now de forma mais ampla, e as notificações inteligentes, que consomem menos bateria por usar a tela AMOLED.

Conclusão

O Moto Maxx é, no momento, o melhor smartphone Android do mercado brasileiro na minha opinião. Vale a pena sacrificar o (belo) design do Moto X em troca de uma bateria enorme que o deixa gordo como um Nokia antigo, e o peso não me prejudicou em momento algum. A questão é realmente a preferência do usuário: você investe em um celular que vai te deixar sem motivos para troca nos próximos anos, ou prefere ter o aparelho que é mais estiloso? Vai de cada um, claro. Mas é bom ressaltar que, se você experimentar essa bateria, vai ser difícil querer voltar à relação abusiva que a maioria dos smartphones tem com as tomadas de energia.

 

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