Quando nasceu, cerca de dez anos atrás, a Hanzo tinha o objetivo de ser uma agregadora de mídia no celular: a ideia era fornecer a jornais, revistas, rádios e TVs uma plataforma para a distribuição de conteúdo por SMS. Com a transformação da indústria móvel a partir do advento dos smartphones e das lojas de aplicativos, a Hanzo decidiu se reinventar. O antigo negócio de SMS ainda existe, mas seu novo foco em pesquisa, desenvolvimento e esforço comercial está em uma recém-criada plataforma para o gerenciamento de apps para o varejo. A guinada veio depois de a empresa receber um aporte da 1188 Investimentos e de mudar sua sede do Rio de Janeiro para São Paulo.

"Percebemos que a tecnologia estava mudando e daí mudamos os negócios também. Éramos focados em SMS, que requeria integração com operadora etc. Decidmos passar a focar em varejo mobile, especialmente em O2O (online to offline)", explica Federico Pisani, fundador e CEO da Hanzo. O alvo da empresa agora é o varejo em geral, redes de franquias e a indústria ligada ao varejo.

A plataforma desenvolvida internamente permite que a criação de apps de comércio móvel e de relacionamento com o consumidor, com gerenciamento via web pelo cliente. Ela é dividida em módulos, escolhidos e montados de acordo com a necessidade de cada marca. Os módulos estão distribuídos por quatro pilares: promoções, CRM, programas de fidelidade e comércio móvel. E há três pontas de interação: o app disponibilizado para o consumidor final; uma versão do app para ser utilizada pelos vendedores nas lojas físicas, para validar transações com o smartphone dos consumidores; e um um painel na web para o gerenciamento do app pela marca. Os aplicativos são criados em linguagem nativa (Android e iOS) e sob medida para cada empresa. Em breve será possível fazer versões também para Windows Phone. A plataforma é vendida como um serviço.

Uma das utilizações mais comuns consiste em embutir o programa de fidelidade de uma rede de lojas dentro do app, acabando com os velhos cartões de papel e carimbos. E isso é feito de maneira integrada a um CRM, pois para usar o app o consumidor precisa se logar pelo Facebook ou preencher um cadastro. Um QR Code serve de identificação do consumidor e deve ser mostrado ao lojista no ponto de venda, que o escaneia com seu celular para confirmar identidade da pessoa, inclusive por foto.

Há também um módulo de pesquisa, para que a marca possa criar enquetes com o objetivo de conhecer melhor seus clientes ou medir a satisfação deles, por exemplo. E há um módulo de comunicação via mensagens push, para envio de promoções, segmentando de acordo com o perfil da base de usuários ou pela sua localização, com cercas virtuais. Em breve, será possível incluir vídeos curtos, de 15 segundos de duração, dentro dessas mensagens.

Por sua vez, o módulo de comércio permite que o consumidor adiante uma encomenda, com pagamento via cartão de crédito, para posterior retirada na loja. Através desse módulo é possível criar um sistema para presentear amigos com vales para serem trocados por produtos ou serviços da marca. Se o presenteado também tiver o mesmo app, o vale virtual aparece dentro dele. Se não tiver, o vale pode ser enviado por email ou SMS com um código para ser apresentado na loja.

É possível também integrar a plataforma a máquinas de POS, que neste caso fariam as vezes do app do ponto de venda para troca de vales ou acúmulo de selos em um programa de fidelidade, por exemplo.

Clientes

A proposta, na prática, é dar ao varejo físico uma ferramenta para atrair mais consumidores para dentro de suas lojas, conquistar a fidelidade deles e conhecê-los melhor. Serve como exemplo a experiência de um dos primeiros clientes da plataforma, a loja Cupcake.Ito, de venda de cupcakes, localizada na Vila Olímpia em São Paulo. Hoje, oito em cada dez vendas feitas dentro da loja utilizam o aplicativo para coleta de pontos no programa de fidelidade.

Ao entrar no estabelecimento, o usuário recebe uma mensagem de boas-vindas em seu celular, se tiver o app instalado. Isso é feito graças a um beacon localizado debaixo de uma prateleira. Além do programa de fidelidade, a Cupcake.Ito adotou o módulo de comércio móvel.

A Cupcake.Ito é um exemplo de uma loja única. Mas se a plataforma for adotada por uma rede, o administrador pode monitorar os dados consolidados ou segmentados por franqueado, identificando os diferentes perfis de clientes em cada um e seus hábitos, além de poder criar promoções para uma parte ou para toda a rede. O consumidor, por sua vez, pode acompanhar o seu histórico de consumo com aquela marca. As marcas Nutty Bavarian e Onodera são alguns exemplos de redes que adotaram recentemente a plataforma da Hanzo.

 

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