A Motorola acertou em cheio na sua estratégia visando a classe média com o popular Moto G, então resolveu lançar uma versão um pouco mais barata para abocanhar os emergentes da classe C, o Moto E, em 2014. No final de fevereiro deste ano, a companhia – atualmente sob a batuta da Lenovo – lançou a atualização desse aparelho, o Moto E de segunda geração (XT1523), com uma melhora interna, mas um preço maior.
Dessa forma, o novo Moto E acaba por ser um dos maiores concorrentes do Moto G, pelo menos até a Motorola não liberar a terceira geração do seu campeão de vendas. Não é algo que pareça preocupar a fabricante, que aposta no dispositivo de entrada não apenas no Brasil, mas no mercado internacional. Mas vale a pena comprar o Moto E?
Como novidade, além de já chegar com o sistema Android na versão 5.0.2 Lollipop, há a compatibilidade com a rede 4G e um processador quad-core Snapdragon 410 de 1,2 GHz – o antigo era um Snapdragon 200 – e uma tela levemente maior (4,5 polegadas, contra 4,3 polegadas anteriormente). A resolução é qHD (960 x 540 pixels), contra a tela de 720p do Moto G, mas é mais do que suficiente para a maioria dos usuários. A versão enviada para testes foi a de 4G, dualSIM, DTV e 16 GB. Mas ela vem com um peso: o preço sugerido agora é de R$ 692 (na loja da própria empresa).
A experiência com o Lollipop é boa, embora nem de longe tão fluida quanto nos aparelhos mais potentes da Motorola, como o Moto X e o Moto Maxx. Mas o Moto E traz em comum com esses dois algo que não está presente no G: as funções de gestos, como o de "chacoalhar" o aparelho para ativar o app de câmera.
A lente, por sinal, tem capacidade de tirar fotos de até 5 megapixels que são adequadas em luz natural, mas bem pobres em ambientes fechados. Pelo menos ele tem agora uma câmera VGA frontal para selfies, para quem curte a prática. O smartphone continua também resistente à água (mas não à submersão, como os demais smartphones da empresa) e vem com duas "bands" (espécie de bumper, que envolvem o aparelho) adicionais em cores diferentes.
Em cerca de um mês de uso, a experiência com o Moto E se mostrou mais do que satisfatória. É, sem dúvida, uma das melhores opções no mercado de entrada, oferecendo desempenho bom – a RAM dele é de 1 GB, e o processador da Qualcomm aguenta bem o tranco. No entanto, essa versão dualSIM de 16 GB e DTV acaba concorrendo diretamente com o Moto G de segunda geração em seu modelo mais simples de 8 GB (R$ 749), então leve em consideração essas funções e o espaço extra. Se você não quiser esperar pela terceira geração do campeão de vendas da companhia, que sequer foi anunciada, pode apostar no Moto E sem medo.