Tokenização é o termo do momento em pagamentos móveis. Por trás de soluções como Apple Pay, Samsung Pay ou o Ourocard-e, do Banco do Brasil, há a utilização de soluções de tokenização, que criam números virtuais de cartão de crédito, para substituir os dados do cartão real e dar mais segurança às transações. A tendência, na opinião de especialistas, é de que o comércio eletrônico utilize cada vez mais esse mecanismo, para evitar que os dados possam ser usados em outras compras caso sejam interceptados. Mas existe um problema: como usar a tokenização, ou seja, a constante troca de número do cartão, dentro de sistemas conhecidos como "card on file", nos quais o número original fica gravado para permitir compras recorrentes ou "one click payment", como nas lojas de aplicativos App Store, Google Play e na Amazon? A Gemalto afirma ter resolvido essa questão com o desenvolvimento de uma solução própria de cartão virtual seguro que funciona de maneira universal, com qualquer sistema de pagamento.
"Criamos um mecanismo adicional que vai gerenciar o 'card on file', construindo parâmetros associados ao token que permitirão one click payment e compras recorrentes sem perder a segurança", explica Sergio Muniz, diretor da Gemalto. A solução é integrada à plataforma Trusted Service Hub, da Gemalto, e tem como alvo bancos emissores de cartão. A ideia é que sirva para que os cartões do banco possam ser usados em qualquer sistema de pagamento móvel ou eletrônico, seja uma loja como a Amazon ou um serviço de pagamento por aproximação usando o padrão HCE (Hostcard emulation) do Android. Para os sites de e-commerce não há necessidade de qualquer adaptação, sendo tudo transparente.
A Gemalto está apresentando a ideia para os bancos e gostaria de ter um teste-piloto no Brasil ainda este ano. O fato de o Banco do Brasil e Bradesco, dois dos maiores bancos em operação no País, estarem criando juntos um padrão próprio de tokenização não preocupa o executivo. "Talvez bancos de grande porte prefiram desenvolver internamente, mas há uma série de outras instituições que podem se interessar", prevê Muniz.