As operadoras móveis virtuais ou Mobile Virtual Network Operatorsou (MVNO, na sigla em inglês) têm expandido consideravelmente, o que impactará o mercado de forma positiva, tendo como principais benefícios: maior número de ofertas de valor agregado, promoções e mais disponibilidade de conteúdo exclusivo. Entretanto, para que isso ocorra, é preciso alocar mais espectro radioelétrico para operadoras móveis de redes (MNO) tradicionais, a fim de que tenham a capacidade e infraestrutura necessária para hospedar MVNOs.

A alocação de mais espectro beneficia tanto as MNOs como as MVNOs. As operadoras móveis virtuais estão começando finalmente a se proliferar na América Latina. A boa notícia é que seu modelo principal já não se limita à oferta de serviços de telecomunicações para um público de massa; existem desde MVNOs que trabalham somente no mercado de comunicação máquina à máquina (M2M) até aquelas que se consideram praticamente como cartões de fidelidade de supermercado. A nova geração de MVNOs vem transformando o ambiente competitivo dos mercados na região.

Por isso, o apoio às operadoras móveis virtuais deve incluir um cronograma claro de alocação de espectro radioelétrico para operadoras já estabelecidas, dentro de um esquema aberto, no intuito de minimizar as possibilidades de que alguns blocos não sejam alocados. Também é preciso fixar critérios simples para facilitar o processo de aprovação para instalação de antenas e/ou construção de torres e colocar como prioridade a redução da papelada burocrática. A alocação de espectro e redução da burocracia são ações que beneficiam operadoras móveis com redes, seus usuários e as MVNOs que elas hospedam. Cabe lembrar que toda operadora móvel na América Latina tem atualmente duas ou três redes diferentes em operação e cada rede tem diferentes requisitos mínimos de quanto espectro precisa.

As operadoras virtuais são muito diferentes das operadoras móveis de redes tradicionais. Elas não devem ser medidas de acordo com os mesmos critérios. Enquanto as MNOs prestam serviços em todos os lugares onde instalam infraestrutura para garantir um retorno sobre o investimento (ROI) dentro de um tempo aceitável, as MVNOs na sua maioria focam seu negócio em lugares específicos e não em todo o território nacional. Para as operadoras virtuais, serviço e cobertura não são o mesmo. A MVNO não vai prestar serviços em toda a rede da MNO.

O sucesso comercial de qualquer operadora móvel virtual depende basicamente do modelo de negócios que ela quiser implementar. O aspecto mais importante de uma MVNO é controlar despesas de logística e aquisição de clientes. Sem controlar esses dois aspectos, mesmo se o espectro ao qual tiver acesso for grátis, a MVNO não será viável, comentou. Além disso, as condições de proliferação das MVNOs devem ser justas tanto para as operadoras que vendem capacidade quanto para as novas participantes, entre outros, para assegurar que as tarifas cobradas não sejam onerosas e para não haver práticas de competitividade desleal.

 

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