A TI Bimodal tem sido um dos conceitos mais falados da atualidade, presente em estudos e projeções de consultorias como o Gartner, que avaliam a tendência como uma das mais promissoras para os próximos anos. Isto porque se trata de um conceito que provém da realidade: a TI Bimodal equivale à vivência diária das empresas na demanda de contar com uma TI robusta, pautada na infraestrutura e soluções de base, que garantem a estabilidade, gestão e segurança do negócio, mas também com a fluidez de uma TI que gera ferramentas pontuais para atender às necessidades de departamentos, momentos, e mantém foco, tempo e recursos voltados à inovação.
No setor de educação, esta é uma vivência direta. Ousaria dizer que este segmento está na TI Bimodal há anos, pois diariamente é preciso acompanhar um cenário em que, de um lado, a robustez da infraestrutura e o máximo aproveitamento dos investimentos legados são mandatórios para garantir operações contínuas e financeiramente viáveis, e, por outro, a necessidade de soluções pontuais para demandas da escola, do corpo docente, gestores, estudantes e pais é constante e imprescindível à evolução do ensino.
Como lidar? Como interagir entre estes dois lados sem pecar pelo conservadorismo, nem acabar entrando na inovação pela inovação? O próprio Gartner responde: em sua mais recente pesquisa sobre o assunto, a consultoria global recomenda não avançar unicamente para qualquer um dos lados.
Tendo o comedimento e a atenção às demandas da escola – ou de qualquer negócio – como palavras-chave, pensar duas linhas de desenvolvimento para a TI torna-se o mantra mais indicado neste cenário: uma pensando sempre o corporativo e sua estabilidade, ou seja, focando a parte “sólida” do conceito. Outra, voltada à inovação pontual, ágil o suficiente para criar rapidamente soluções que atendam às necessidades de sala de aula, de administração de cada escola e de redes que as concentrem, dos estudantes em relação ao ensino e ao desempenho escolar, dos pais no que tange ao acompanhamento dos filhos e, principalmente, ao estabelecimento de uma relação de confiança com a instituição educacional.
Vamos a exemplos práticos. Se pensarmos em dar aos pais a segurança de acompanhar os horários de entrada e saída de seus filhos no colégio, bem como acompanhar intercorrências e desempenho escolar, certamente utilizaremos a tecnologia para criar este meio. Uma solução pontual, atendendo à demanda de um dos nichos de cliente do setor de educação. Entretanto, a nova ferramenta precisa de infraestrutura para rodar, e esta tem de estar lá, pronta tanto para esta, quanto para outras inovações que obrigatoriamente virão: uma nova tecnologia que permita criar métricas formais para acompanhamento dos pais sobre o desenvolvimento dos filhos na escola, outra que dê a professores e outros atores do ensino informações sobre a atuação e necessidades do estudante, mais uma que mantenha o aluno informado e ligado à escola, outra, ainda, que facilite a todo o público escolar encaminhar à direção o que espera e precisa, entre tantas que poderíamos pensar.
A escola é um organismo vivo, em constante evolução, e a TIC precisa acompanhar o ritmo deste ambiente. Isto é perfeitamente possível. A TIC, neste âmbito, torna-se o canal que liga uma instituição à conversa entre pai e filho sobre como foi o dia na escola, liga um conteúdo de qualquer parte do globo à sala de aula, permitindo ao professor expandir seu ferramental de ensino, liga uma direção de ensino às exatas necessidades de educação de uma família.
Softwares de análise e de gestão, dispositivos móveis, BYOD, Big Data, digitalização, cloud computing e tantas outras tecnologias não passarão de conceitos se não forem aplicados, e a escola é um terreno vasto para usufruir dos benefícios destas tendências. No âmbito educacional, a TIC é um dos pilares mestres do bom relacionamento com o cliente e, por conseguinte, da fidelização, item fundamental para garantir a competitividade que, nos dias de hoje, define os protagonistas de qualquer mercado.