Não adianta chorar: música do Trio Mocotó, um clássico das pistas de sambalanço. E tem coisa que é assim, você pode adiar o sofrimento, ou aprender com ele, porque, no fim das contas, não adianta chorar, não adianta gritar…

Pela primeira vez na história, a tecnologia é acessível a todos. E não é por causa de um aplicativo ou de outro, mas devido à explosão dos smartphones (nosso computador de bolso), das redes de telefonia e do acesso à Internet. Sobretudo aos computadores de bolso. Dito isso, empresas como a Uber, que transferem o poder de decisão ao cidadão, a você e a mim, são as que escalam com mais facilidade e ganham mercado. Uai, porque simplesmente resolvem nossa vida de um jeito simples e eficiente.

Mas aí entra o status quo, ou em países como o Brasil, o poder estabelecido. E não é apenas o poder do estado que tenta controlar nossas vidas em tudo, mas o poder do processo. Do meio. O que incomoda os taxistas e seus sindicatos espalhados pelo Brasil é a transferência desse poder. Sabe-se que vários vereadores são donos de placas de táxi por todo Brasil. Na minha cidade natal, Belo Horizonte, tem um sujeito que manda e desmanda em 42 placas. Sabe-se que nem todo taxista é conivente com esse sistema. Mas quando acontece a disrupção através da transferência do poder sobra para todo mundo.

Outro detalhe importante: quando a corrupção se torna o meio para um grupo de pessoas, as mentiras se tornam verdades. A Uber, assim como AirBnB, Netflix, Zenefits, Rdio, Lyft e tantas outras empresas da nova economia, quebram isso. A relação financeira fica à cargo da tecnologia, e, portanto, mais transparente ao consumidor. Isso também incomoda muito.

Estamos em 2015 e não adianta chorar!

Cada vez mais ‘Ubers’ vão surgir. Cada vez mais transferência de poder terá espaço. É lutar contra o inevitável. E não quero nem entrar no mérito dos impostos. O táxi tem isenção de impostos e desconto no carro, enquanto a média de IPVA de um carro da Uber gira em torno de R$ 2,5 mil, para um automóvel de R$ 64 mil. Enfim, custo e imposto todo mundo tem, de um lado ou de outro. Meu ponto nessa discussão é mais emocional e prático. Vou para o lado da facilidade, do envolvimento que esses serviços têm com seus públicos e da transferência do poder.

O oceanógrafo, documentarista e mergulhador Jacques Cousteau tem uma frase da qual gosto muito e repito frequentemente nas minhas palestras e aulas: "as pessoas protegem aquilo que elas amam".

Alguém aí ama o serviço de taxi?

 

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