A crise na economia brasileira chegou às portas do mercado de telecomunicações. Segundo um estudo inédito, desenvolvido através de ferramentas de Big Data, a inadimplência somente no setor de telecomunicações cresceu a 39,5% somente em abril, de acordo com a Serasa Experian.

Que o brasileiro vem empobrecendo, isso é fato. Em sendo a Internet uma ferramenta tão importante para o desenvolvimento social e educacional para a sociedade em geral, o projeto denominado Internet.org, lançado pelo fundador do Facebook Mark Zuckerberg, pode ser uma alternativa para países em desenvolvimento levarem a Internet a regiões remotas e, com isso, melhorar o acesso a informação e serviços básicos ligados a ela.

Em linhas gerais, o projeto Internet.org avalia que 2/3 da população da terra não têm acesso à Internet e que essas pessoas poderiam estar conectadas, caso houvesse uma facilitação nos custos do acesso. O projeto prega que esse acesso deveria ser gratuito e restrito a sites de utilidade pública específicos, como Wikipédia, por exemplo. O projeto está sendo financiado por empresas de renome, como Qualccomm, Samsung, além do próprio Facebook.

Para tanto, o projeto Internet.org conta com tecnologia de ponta pra deslanchar. Uma delas é um Vant, veículo aéreo não tripulado que tem a envergadura de um Boeing 737 e vai operar a uma altura de até 27,4 quilômetros, podendo ficar no ar por períodos de até 90 dias, uma vez que é abastecido por energia solar.

A empresa diz que o drone poderá fornecer Internet a uma velocidade de 10 Gbps. A novidade, que será testada nos EUA no final do ano, foi projetada pela equipe aeroespacial do Facebook, como informou Jay Parikh, vice-presidente de engenharia e infraestrutura global da empresa. Apesar de todos os fatores positivos da Internet.org, que já conta com a adesão de importantes países em desenvolvimento no contexto global, como a Índia, o projeto tem sido alvo de duras críticas pelos mais diversos motivos, sendo questionadas inclusive suas reais intenções.

Os críticos mais ferrenhos obviamente são as empresas que compõem o ecossistema que vende produtos e serviços de acesso à Internet, que alegam que o Facebook advoga em causa própria, querendo somente aumentar sua base de usuários, elemento vital para a satisfação de seus investidores. Fora isso, não podemos esquecer que o Facebook também é dono do fenômeno de telecomunicações WhatsApp, que vem se posicionando no mercado como uma solução de telefonia global.

Em alguns países do mundo, o projeto Internet.org foi proibido, caso do Chile. No Brasil, entretanto, não sabemos se será aprovado pela regulamentação do Marco Civil da Internet, em vigor há mais de um ano, mas ainda carente de definições sobre temas vitais como privacidade, guarda de logs, entre outros. As correntes contrárias ao projeto Internet.org alegam conflito com o principio da neutralidade acolhido pela legislação brasileira, uma vez que seleciona conteúdos que seriam gratuitamente disponibilizados.

De um modo ou de outro, em tempos de crise e diminuição da capacidade de consumo da população em geral, há que se considerar os aspectos benéficos do projeto em um país que ainda luta contra o analfabetismo, e pode com o e-learning levar informação a desolados rincões brasileiros.

 

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