Para melhorar a eficiência da empresa, especialmente nos investimentos em infraestrutura, a TIM pretende focar no melhor uso de espectro e em fibra. O presidente da empresa, Rodrigo Abreu, confirmou a investidores em Nova York nesta terça-feira, 15, que o plano de estender o acordo de RAN sharing com a Oi para 2G e 3G (originalmente o plano era apenas para LTE) para atender as metas de cobertura já está começando – ele foi aprovado em janeiro pela Anatel –, mas há mais possibilidades. "Consideramos estender a oferta a outras operadoras, temos tido conversas", disse o executivo.
A ideia é conseguir otimizar o Capex – por diversas vezes, Abreu mencionou que 30% da receita da TIM são direcionados a investimentos em infraestrutura ótica. "Se considerar o que temos feito em fibra (em backbone e backhaul), temos feito vários acordos com quase todas as operadoras. O mesmo pode acontecer com RAN sharing, e achamos que nos beneficiamos e a toda a indústria, então não vemos por que não", complementa. Ele explica: "Com o mesmo Capex, conseguimos implantar mais bases 4G do que nossos competidores e sem tirar a nossa posição competitiva, já que, mesmo com o acordo com a Oi, temos participação bem diferente, temos perto de 30% do mercado (de LTE) contra 10% da Oi mesmo fazendo RAN sharing". A empresa conta com 3.206 sites LTE nas capitais.
De acordo com o chairman do board da TIM, Franco Bertone, o RAN Sharing permite uma redução de Capex pela metade nos gastos com cobertura, mas não é única opção para aproveitar melhor o espectro. A empresa vislumbra a possibilidade de começar a promover em um a dois anos o refarming na faixa de 1,8 GHz, atualmente utilizada com 2G. "Para desligar o 2G e colocar o 4G é um investimento mínimo, já que mantemos todo o hardware e a antena", declarou Bertone. A empresa já começou a desligar algumas portadoras em GSM nessa faixa. "Essa é uma vantagem interessante, porque assim teremos melhor cobertura indoor também. Fora algumas exceções, temos espectro de 1,8 GHz para refarming", disse Rodrigo Abreu.
Da mesma forma, a faixa de 700 MHz é vista como outro importante ativo para a empresa. O CEO da TIM espera que a cobertura possa melhorar não apenas em locais fechados, mas com a capacidade maior de cobertura fora dos grandes centros. "Esperamos implantar o 700 MHz para cobrir perto de 90% da população ao final de 2017 e, em seguida, será uma cobertura muito maior do que a do 3G", completa Abreu, considerando também o uso das faixas de 1,8 GHz após refarming e da banda em 2,5 GHz, já em operação. "E estamos bem atentos também com leilões para melhorar nossa posição de espectro", finaliza.
Infraestrutura
A economia com o compartilhamento com a Oi, segundo afirma o CEO da operadora, permitiu à TIM instalar mais estações radiobase (ERBs) – a companhia contava em dezembro de 2014 com 14.781 ERBs (incluindo outras tecnologias), sendo que 27% dos sites possuem backhaul de fibra. Além disso, Abreu acredita que, ao fim do plano plurianual (até 2018), a empresa terá 40% de sites com fibra. "O Brasil é grande, então não faz sentido ter 100% (de fibra em sites). O que temos feito é, em locais onde não pode ter fibra, implantamos rádio de grande capacidade", justifica.
Nesse mesmo período, a tele contava com 61.232 km de fibra, e a previsão agora é de aumentar em pelo menos 30% essa infraestrutura. "Até o final do ano, vamos ter mais de 80 mil km de fibra, e vamos ter muita coisa, talvez a gente adquira ativos adicionais", declara. Em 2011, a TIM comprou a AES Atimus, transação que a permitiu dar início nas operações fixas com a Live TIM.