Drones e robôs domésticos representam uma nova oportunidade para fabricantes de processadores móveis. É o que vislumbra a Qualcomm, que recentemente apresentou a fabricantes desses produtos um design de referência para drones usando seu processador Snapdragon 801.
"Para um drone ser autônomo, ele precisa de grande capacidade de processamento. Além disso, a comunicação com o controle remoto e o envio de imagens costumam acontecer via Wi-Fi, cujo alcance é limitado. Para o drone ir mais longe, vai precisar de LTE", explica Hugo Swart, diretor de gerenciamento de produtos da Qualcomm.
O executivo prevê que haverá demanda por drones capazes de processar reconhecimento de imagem por si próprios, com um chipset interno. Isso poderá ser usado, por exemplo, na agricultura, para identificar áreas em uma plantação onde defensores químicos devem ser aplicados. Para aplicações de segurança, o reconhecimento de imagem também é importante.
Além disso, tanto drones quanto robôs domésticos poderão tirar proveito no futuro de tecnologias de inteligência artificial e aprendizado de máquinas, como a plataforma Zeroth recém-anunciada no mais novo chipset top de linha da Qualcomm, o Snapdragon 820. Desta forma, os robôs poderão aprender a identificar seus donos e registrar suas preferências.
O design de referência para drones da Qualcomm foi batizado como "Snapdragon Flight" e consiste em uma placa com o referido chipset, uma câmera de 21 MP capaz de gravar em 4K, uma câmera de baixa resolução para auxiliar na estabilização do voo, um encoder de vídeo para transferir as imagens captadas em 4K para visualização em 720p no display do controle remoto, uma antena com boa potência de sinal Wi-Fi, um modem para comunicação pela rede celular em 4G, além de diversos sensores (veja foto acima).
Análise
A produção em larga escala de processadores para smartphones por empresas como a Qualcomm permitiu que esses produtos avançassem rapidamente em tecnologia, ao mesmo tempo em que seus preços caíram. São esses ganhos de escala e de capacidade que permitem agora que tais fornecedores busquem outras verticais e aplicações para embarcar seus chipsets, para além da tradicional indústria de smartphones, que tende a se estagnar nos próximos anos.