A Vital Apps, uma start-up brasileira especializada em soluções móveis para o setor de saúde, criou a ADL, uma solução que inclui um app Android a para agilizar a liberação de leitos hospitalares. "Existem hospitais no Brasil que levam até seis horas para liberar um quarto", relata José Augusto Vilhena, gerente geral da Vital Apps.
A demora na liberação acontece porque os processos não estão otimizados. As faxineiras, além de limparem os quartos, precisam verificar o funcionamento de lâmpadas, aparelhos de ar condicionado, dentre outras ações. O cumprimento do roteiro costuma ser informado preenchendo planilhas de papel. Se é encontrado algo a ser consertado em um quarto, o profissional de limpeza precisa acionar o departamento de manutenção. A comunicação entre as áreas nem sempre acontece com presteza. Além disso, é raro ser feita uma compilação e análise dos dados registrados nas planilhas entregues em papel. "O controle é pequeno e há grande perda de dados por falta de comunicação entre os departamentos do hospital", comenta Vilhena.
A solução criada pela Vital Apps substitui as planilhas em papel por um app em tablets Android, a ser operado pelos profissionais de limpeza. Ao entrar em um quarto, o faxineiro deve escanear com a câmera do tablet um QR code que identifica aquele leito. Essa ação serve para registrar o horário de início da limpeza. O checklist com o roteiro de ações passa a ser feito na tela do tablet. Se houver algo a ser consertado, uma mensagem é enviada diretamente do aparelho para o departamento responsável. É possível anexar imagens, se necessário. Uma vez concluído o processo, um arquivo é salvo e enviado para a plataforma, que depois gera relatórios e gráficos para que o hospital possa identificar pontos a serem melhorados em seus processos.
A solução permite ainda configurar alarmes, em caso de demora na liberação de leitos. É definido um tempo máximo que, se ultrapassado, gera-se um alerta para o supervisor. Dá-se então uma prorrogação do prazo para a liberação do quarto que, se novamente não for cumprido, é disparado outro alarme, subindo um degrau na hierarquia do hospital, e assim por diante, conforme programado pelo cliente.
A Vital Apps cobra uma taxa de implementação para integrar a solução aos sistemas de cada hospital. Essa taxa varia de acordo com o tamanho do cliente. Depois, o uso da plataforma é cobrado como um serviço, com uma mensalidade.
Vilhena estima que a ADL possa reduzir em média 20% o tempo de liberação de leitos no Brasil. Em casos de quartos que requeiram algum conserto, a economia pode chegar a 40%. O executivo acredita que o retorno sobre o investimento aconteça em seis a oito meses.
A empresa realizou um piloto com um hospital em São Paulo e agora começa a apresentar a solução comercialmente no mercado. Sua expectativa é firmar dez contratos na capital paulista até o final do ano que vem.