A participação de dispositivos móveis no tráfego brasileiro do serviço de classificados digitais OLX está crescendo rapidamente e já corresponde a 60%. Dois anos atrás era menos de 10%, informa o CEO da empresa no País, Andries Oudshoorn. A proporção é a mesma sobre o total de usuários únicos mensais: 60% acessam o OLX no Brasil através do app (Android, iOS) ou do site móvel, por meio de smartphones e tablets.

"Nosso foco está totalmente em mobilidade. Vamos prosseguir com a aquisição de novos usuários através de mobile marketing. Todo o crescimento vem do mobile agora, enquanto no desktop está estável. Nos próximos 12 meses esperamos dobrar a nossa quantidade de usuários móveis", diz Oudshoorn.

A decisão estratégica de focar em mobilidade é apoiada por números. O engajamento do usuário da OLX é maior no celular que no desktop: quem acessa via mobilidade faz em média três vezes mais transações que aqueles que acessam somente via desktop.

A facilidade de publicação de um anúncio usando a câmera do celular e a possibilidade de se buscar produtos a qualquer momento do dia e a partir de qualquer lugar são algumas das características que impulsionam o tráfego móvel de serviços de classificados, expõe Oudshoorn. Outra vantagem é a ferramenta de chat entre comprador e vendedor dentro do app da OLX, uma novidade recentemente lançada. A empresa agora está desenvolvendo uma busca de produtos por geolocalização, com base na informação provida pelo GPS do smartphone do usuário. Vale destacar que a OLX no Brasil tem autonomia de desenvolvimento em relação à empresa no resto do mundo. A companhia tem cerca de 50 programadores trabalhando em seu escritório no Rio de Janeiro para cuidar do app, do site e do backend da versão brasileira do serviço.

Crise

Ao contrário de outros setores da economia, o de classificados está crescendo com a crise. A verdade é que o brasileiro nunca teve muito o hábito de vender seus bens usados, à exceção de carros e imóveis, comenta o executivo. A facilidade nas condições de pagamento oferecidas por lojistas também afastavam os compradores do mercado de usados, pois era mais fácil parcelar a compra de um produto novo. Porém, com a crise, o cenário está mudando. A OLX registrou um aumento de 37% no total de anúncios quando comparado de março a agosto deste ano com o mesmo período do ano passado – foi em março de 2014 que aconteceu a fusão entre OLX e Bom Negócio.

"Todo mundo tem alguma coisa para vender em casa. Mas parte não via necessidade em vender. Agora as pessoas começam a ser mais conscientes. Não faz sentido ter tanta coisa em casa se outra pessoa pode se interessar. E o comprador, por sua vez, está percebendo que não vale a pena comprar tudo novo no crédito", analisa o CEO da OLX.

Eletroeletrônicos e automóveis são os tipos de produtos que mais vendem dentro da plataforma. E de uns tempos para cá vêm crescendo rapidamente as categorias de móveis, utensílios domésticos e coisas de bebês. "O maior desafio é mudar o comportamento do brasileiro. 95% dos brasileiros nunca venderam nada online", resume o executivo.

 

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