O fato mais significativo do balanço da TIM, e que está por trás inclusive do novo posicionamento estratégico da operadora anunciado na semana passada (e seguido pela Oi nesta terça, 3) talvez seja a aceleração da perda de receitas com serviços de voz , SMS, interconexão e longa distância. Mesmo com a recessão e com a crise econômica, esse movimento de degradação das receitas tradicionais já poderia ser esperado, mas pelo balanço do terceiro trimestre divulgado pela TIM, fica claro que o problema é bem mais drástico do que se poderia imaginar.

A receita com assinatura e utilização caiu 13,7% no trimestre em relação ao mesmo período de 2014 (para R$ 2,36 bilhões) e, no ano, já soma 10,7% (totalizando R$ 7,4 bilhões). As receitas com longa distância caíram no trimestre 11,8% (para R$ 671 milhões), praticamente o mesmo percentual de queda no ano (para R$ 2 bilhões). As receitas com interconexão caíram 39% no trimestre (para R$ 370 milhões), e 39,4% no ano (para R$ 1,2 bilhão). O único índice de receitas móveis que apresentou aumento foi o de serviços de valor agregado, que cresceu 18,5% no trimestre para R$ 1,98 bilhão e 20,4% no ano, para R$ 5,7 bilhões. É provável que no quarto trimestre a TIM já tenha mais receitas com esse tipo de serviço do que com assinatura e utilização. As receitas com SVAs, que incluem dados, aplicativos e mensagens, representam hoje 36% das receitas da TIM. Vale notar que mesmo com um expressivo aumento nas receitas com serviços de valor adicionado, as receitas com SMS (que entram nessa mesma rubrica) tiveram queda de nada menos do que 32% no trimestre na comparação com o mesmo período de 2014. A queda do SMS, portanto, mostra uma forte aceleração.

Outro item importante para as receitas da TIM é a venda de aparelho, que sofre diretamente os efeitos da crise econômica e do câmbio. A venda de aparelhos caiu 78,1% no trimestre na comparação com 2014, e o preço médio dobrou na comparação anual. Com isso, a receita bruta com esse tipo de serviço caiu 28% no trimestre.

 

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