A Oi apresentou à CVM nesta quinta, 12, seu balanço operacional e financeiro referente ao terceiro trimestre. A operadora apresentou receita líquida de serviços de R$ 6,4 bilhões no terceiro trimestre, o que é 1% a menos do que no mesmo período de 2014. No acumulado do ano, a receita líquida foi de R$ 19,6 bilhões, 2% a menos do que em 2014. O segmento residencial teve queda de 0,6% no trimestre, totalizando uma receita de R$ 2,4 bilhões. Já o segmento móvel teve um aumento de 0,9% no trimestre, para R$ 2 bilhões, e o segmento corporativo teve queda de 3,1% no trimestre em relação ao mesmo período de 2014, fechando em R$ 1,96 bilhão. Um aspecto que teve peso negativo na receita da Oi foi a interconexão. Excluindo essa variável, as receitas trimestrais teriam registrado alta de 0,9% no trimestre e 0,2% no ano.
O EBITDA reportado foi de 2,178 bilhões no trimestre e R$ 6,09 bilhões no acumulado do ano, o que dá uma variação negativa de 3,6% e 15% respectivamente nas comparações com 2014. A Oi tem dado ênfase, contudo, ao aumento do que chama de EBITDA de rotina, indicador que registrou aumento de 10,6% no trimestre, para R$ 1,74 bilhão. A margem sobre o EBITDA de rotina está em 26,7%. Os investimentos, por sua vez, caíram drasticamente em relação a 2014. No terceiro trimestre o Capex foi de R$ 950 milhões, 33,6% a menos em relação a 2014. No acumulado anual, os investimentos foram de R$ 2,9 bilhões, uma retração de 25,9% em relação a 2014.
O prejuízo trimestral da Oi foi de R$ 1 bilhão, contra um lucro de R$ 5 milhões no mesmo período de 2014. No acumulado do ano a Oi acumula prejuízo de R$ 797 milhões.
Dívida
O problema financeiro mais crítico da Oi, contudo, segue sendo a dívida, que aumentou em R$ 2,3 bilhões no trimestre, para R$ 53,85 bilhões, em função da variação cambial e do descasamento contábil entre valor de mercado e valor contratual dos derivativos. O caixa da empresa é de R$ 16,4 bilhões, o que joga o valor líquido da dívida para 37,241 bilhões. Em 2015 a Oi tem ainda cerca de R$ 1 bilhão a amortizar, e a partir de 2016 os valores de dívida a ser amortizada (ou renegociada) são de R$ 11,35 bilhões (2016), R$ 8,9 bilhões (2017), R$ 6,9 bilhões (2018), R$ 5,9 bilhões (2019) e R$ 19,4 bilhões a partir de 2020.
Operacional
Em termos operacionais, a Oi teve retração de base em praticamente todos os serviços. A operadora segue registrando uma forte erosão na sua base de telefones fixos, que totalizou 10,2 milhões de clientes no trimestre, número 8,2% menor do que o mesmo período de 2014. Em relação ao segundo trimestre, a queda é de 2,1%. Também na banda larga houve queda de base no trimestre, para 5,1 milhões, 2% a menos em relação a 2014. A TV paga teve aumento de 13,4% na base em relação ao terceiro trimestre de 2014, para 1,17 milhão de clientes, mas no trimestre houve queda de 1,1% na base de TV paga. A receita média por usuário residencial está em R$ 79,5.
Nos serviços móveis, a base de 47 milhões de clientes é 3,9% menor do que o mesmo período de 2014. Chama a atenção o fato de que a perda está se dando também no segmento pós-pago, que fechou com 6,7 milhões de clientes e uma queda de 3,2% no trimestre em relação a 2014. No segmento corporativo a queda foi de 5% no trimestre em relação a 2014, para um total de 7,6 milhões de clientes.
A operadora destaca que apesar da queda nas bases de clientes, tem havido uma melhora na qualidade das receitas, sobretudo no segmento móvel e residencial. Nos serviços móveis, a melhoria se deve ao crescimento das receitas de dados: 52,8% em relação ao mesmo período de 2014, para R$ 764 milhões no trimestre. Isso representa 43% da receita com serviços móveis. Esse resultado se deve ao aumento da penetração de aparelhos 3G e 4G na base, para 56%. Note-se, portanto, que a Oi ainda tem um percentual elevado da base com aparelhos mais simples, 2G.
O que a Oi conseguiu fazer com grande sucesso foi cortar significativamente os custos operacionais, que caíram 4,1% no trimestre, para R$ 4,77 bilhões.