Quando um consumidor entra numa loja do Walmart ou do Carrefour ou do Pão de Açúcar, o seu processo de compra é mais ou menos o mesmo: pegar um carrinho, escolher os produtos enquanto caminha pelos corredores, e depois seguir para a fila do caixa. Enquanto isso, nos apps e sites de comércio móvel falta uma padronização dessa experiência. "É como se os carrinhos de compra fossem completamente diferentes. Um você puxa, outro empurra. A experiência é ruim e o consumidor brasileiro acaba migrando para o desktop", critica Romero Rodrigues, fundador do Buscapé.
Para o executivo, é necessário haver um esforço da indústria para padronizar esse processo. Ele citou o problema do login, que foi resolvido com ajuda do Facebook em vários aplicativos e sugere que o mesmo poderia ser feito no processo de venda dentro de apps.
Conversão menor
A má experiência no processo de compra aliada ao receio do brasileiro de incluir seus dados de cartão de crédito no smartphone estão entre as razões para a conversão no celular ser menor que no desktop. No celular, a conversão média é de 0,57% sobre o total de visitas, no desktop é três vezes maior (1,8%), segundo dados do eBit.
É verdade que a participação mobile nas vendas de comércio eletrônico no Brasil vem subindo rapidamente: era 5,5% no primeiro trimestre de 2014 e passou para 10,1% no segundo trimestre de 2015. Porém, o mobile respondeu por 35% do tráfego em lojas de comércio eletrônico brasileiro no primeiro semestre, o que revela o gap entre acesso e conversão no mobile.
Os dados são do eBit foram apresentados durante o GMIC, em São Paulo, nesta terça-feira, 17, evento do qual Rodrigues participou.