Apple, Google, Microsoft, Samsung, Twitter, Facebook e 56 outras empresas de tecnologia se uniram e firmaram posição contra a imposição de novas políticas que, na avaliação delas, vão enfraquecer sistemas de criptografia, cada vez mais sofisticados, destinados a proteger a privacidade dos consumidores. Em carta aberta, elas dizem rejeitar o pedido de órgãos de segurança e agências de inteligência, principalmente dos Estados Unidos, para o enfraquecimento das criptografias de segurança, dizendo que isso seria "explorado pelos bandidos".
Após as afirmações do CEO da Apple, Tim Cook, de que "qualquer backdoor é um backdoor para todos", o Conselho da Indústria de Tecnologia da Informação e Software, que representa 62 das maiores empresas de tecnologia em todo o mundo, ressaltou que "a criptografia é uma ferramenta de segurança que eles [os consumidores] dependem todos os dias para que os cibercriminosos não drenem suas contas bancárias, e para proteger carros e aviões de serem tomados por hackers, e de outra forma para preservar a nossa segurança".
O uso de criptografia, que se tornou a base da internet para quase todas as transmissões que precisam ser seguras, voltou a ser o centro das discussões após os ataques terroristas em Paris. As empresas de tecnologia têm sido pressionadas, especialmente por funcionários da administração Obama, a encontrar maneiras de permitir que autoridades contornem a criptografia para investigar atividades ilegais, incluindo ameaças de terrorismo.
Mas o diretor-executivo do Conselho da Indústria de Tecnologia da Informação e Software, Dean Garfield, disse "o enfraquecimento de segurança com o objetivo de promover a segurança simplesmente não faz sentido".
Os governos, incluindo o Reino Unido, têm defendido que sejam criadas backdoors (portas dos fundos, em tradução livre, dispositivos que executam comandos não autorizados em servidores) para várias formas de criptografia. "O enfraquecimento de criptografia ou a criação de backdoors para dispositivos e dados criptografados seria realmente criar vulnerabilidades a serem exploradas pelos bandidos, o que quase certamente causará danos físicos e financeiros graves para toda a sociedade e a economia", disse Garfield, ao The Guardian.
A encriptação de comunicações fim a fim significa que apenas o emissor e o receptor podem visualizar o conteúdo da mensagem, o que, segundo os órgãos governamentais, colocam os serviços de inteligência em desvantagem. Mas as ampresas de tecnologia se recusam a incluir meios através dos quais governos e as agências de segurança possam quebrar a criptografia. "A proibição [do uso da criptografia] só iria impactar o lícito, pois será muito difícil parar grupos de terroristas ou outros grupos de usaremsoftware com criptografia".