A customização de aparelhos por parte das operadoras celulares caminha para uma terceira geração, que consistirá na inclusão de mecanismos para a entrega de métricas sobre os hábitos de uso de telefonia móvel do consumidor. É o que imagina Rafael Braga, CEO da Conception, agência brasileira que há dez anos trabalha na customização de aparelhos.

A primeira geração foi marcada pelo embarque de conteúdo, como wallpapers e ringtones, na era pré-smartphone. A segunda geração, que é a vivida atualmente, consiste no embarque de aplicativos das operadoras no aparelho. Uma das tendências no momento atual, aliás, é a criação de um app guarda-chuva, através do qual o consumidor toma conhecimento dos demais títulos e escolhe quais deseja instalar. Trata-se de um cuidado pra não consumir muita memória interna do telefone – a mesma estratégia foi adotada pelos fabricantes para a oferta dos 50 aplicativos nacionais exigidos pela Lei do Bem. A TIM, que é cliente da Conception, por exemplo, criou o TIM Menu um app guarda-chuva para as suas dezenas de outros apps. Ele só vem embarcado nos smartphones Android, pois a Apple não permite qualquer customização por operadora na fábrica.

"Antigamente as operadoras entupiam os celulares com conteúdo. Era uma experiência negativa. Agora é o caminho inverso", comenta Braga.

Outra tendência atual é a normatização do design dos apps relacionados à operadora. A TIM tem há sete meses um manual destinado a desenvolvedores e fabricantes no qual informa todas as especificações para seus aplicativos white label. Há regras para tipografia, formato do ícone, paleta de cores, resolução, descrição nas lojas de aplicativos etc. Assim é construída uma padronização estética para as dezenas de apps da operadora. "O foco não é tecnológico, mas na experiência do cliente. No manual, reunimos dez anos de conhecimento sobre esse mercado", comenta o executivo da Conception, responsável pela redação do documento.

Métricas

Para Braga, a próxima geração de customização de terminais, tanto para fabricantes quanto para operadoras, envolverá e entrega de métricas sobre comportamento de uso, como os apps mais acessados etc. A definição das métricas caberá a cada operadora ou fabricante. Obviamente, a coleta de dados, ainda que venham a ser tratados de maneira anônima e analisadas em grupo, precisará ser devidamente informada ao consumidor e autorizada por este.

 

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