Nos últimos seis meses, a proporção de internautas brasileiros que já baixaram e instalaram por conta própria um aplicativo em seu smartphone diminuiu de 99,2% para 94,1%. Em compensação, sobre esta base subiu de 15,3% para 19,9% a proporção dos que já pagaram por um app. Por sua vez, a proporção daqueles que já realizaram compras dentro de um aplicativo aumentou de 39,5% para 45,3% no mesmo período. Os números fazem parte da nova edição da pesquisa Panorama Mobile Time/Opinion Box sobre uso de apps no Brasil.

A diminuição da proporção de pessoas que instalaram um app por conta própria reflete a popularização dos smartphones no Brasil, que vem crescendo a passos largos. Muitos dos usuários que compraram este ano o seu primeiro smartphone são pessoas mais velhas, ou com menos instrução, para as quais os aplicativos que vêm embarcados no aparelho já seriam suficientes para uma experiência inicial satisfatória. É natural e esperado que esse público mais cedo ou mais tarde acabe baixando um app. Conforme se estabilize o crescimento da base de smartphones no País, a tendência é de que esse percentual suba.

O aumento da proporção de internautas que já pagaram por um app, por sua vez, indica um gradual amadurecimento da base de usuários antigos de smartphones. Depois de experimentarem aplicativos gratuitos, é possível que se aventurem a comprar um. O surgimento de clubes de assinatura oferecidos pelas operadoras móveis para o download de apps pagos também pode estar influenciando nesse sentido – hoje todas as quatro maiores teles oferecem esse serviço.

Quando solicitado que indicassem livremente, em campo aberto, qual foi o último app que compraram, cerca de 20% informaram nomes de jogos móveis, com o Minecraft, que aparece em primeiro lugar. Há também menções a aplicativos de edição de fotos, segurança, monitoramento de exercícios físicos, teclados inteligentes, dentre outros.

Android X iOS X Windows Phone

Na análise em separado por sistema operacional, é gritante a diferença entre as plataformas. Na base de usuários Android e Windows Phone, apenas 18% e 19%, respectivamente, já pagaram por um app, enquanto entre aqueles com iPhone o percentual sobe para 46%. Uma das explicações está na concentração de pessoas com maior poder aquisitivo no grupo com iOS: 21% têm renda familiar mensal acima de R$ 7.241. No Android, são apenas 7% nessa condição.

Aqueles que nunca compraram um app apontam como principal razão o fato de "não verem necessidade". Ou seja: os apps gratuitos suprem as suas necessidades no smartphone. Essa foi a explicação dada por 52,3% desse grupo. Note-se que neste ponto não há diferença por sistema operacional: a mesma resposta foi dada por 59% dos usuários de iPhone que nunca pagaram por um app e por 54% daqueles com Android na mesma situação.

A impossibilidade de testar o aplicativo antes de comprar foi a segunda explicação mais comum por quem nunca comprou um app, apresentada por 18,5% do grupo, novamente sem grandes diferenças por sistema operacional.

A falta de cartão de crédito, por sua vez, foi citada por 11% daqueles que nunca compraram um app. Neste caso nota-se uma maior incidência entre os jovens: essa é a principal razão apontada por 16,9% daqueles entre 16 e 29 anos. Há também diferença entre sistemas operacionais: a falta de cartão é citada por 11% do grupo com Android e apenas por 4% daqueles com iPhone.

In-App

O aumento de 39,5% para 45,3% na proporção de internautas que realizam compras in-app também reflete o amadurecimento da base de usuários antigos de smartphone, assim como a popularização do modelo freemium, cada vez mais adotado por desenvolvedores diversos. Alguns dos apps que utilizam esse modelo estão ficando cada vez mais conhecidos no País, como Netflix e Spotify.

No caso de compras in-app, a diferença é pequena entre os sistemas operacionais: Android (45%), iOS (50%) e Windows Phone (43%). As compras in-app são mais comuns entre homens (49,5% já experimentaram contra 42,1% das mulheres) e entre pessoas na faixa etária entre 30 e 49 anos (48,2%).

Ranking de apps e relatório

A íntegra da nova pesquisa Panorama Mobile Time/Opinion Box estará disponível em breve na forma de um relatório que poderá ser solicitado por email para a redação, através do Fale Conosco em nosso site. Nesse relatório constará o ranking dos apps mais presentes na home screen dos brasileiros; as listas dos serviços de entretenimento móvel, de antivírus e de backup automático mais usados pelos brasileiros; o nome do app favorito do Brasil, aquele que o usuário elegeria se pudesse ter apenas um em seu aparelho; além de gráficos e outras análises sobre as descobertas.

Metodologia

Foram entrevistados ao longo de novembro 1.447 internautas brasileiros que possuem smartphone. A pesquisa tem validade estatística: a amostra respeitou as proporções por sexo, idade, distribuição geográfica e renda familiar mensal do universo de brasileiros que acessam a Internet, que equivale a metade da população nacional. A margem de erro é de 2,8 pontos percentuais e o grau de confiança é de 95%.

No total de entrevistados, 81,9% possuem smartphones Android; 8,7%, Windows Phone; 6,8%, iOS; 1,1%, outros sistemas operacionais, como BlackBerry e Firefox OS; e 1,5% não souberam responder essa questão.

 

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