A Claro começou a utilizar, em caráter de teste, a faixa de 700 MHz para transmissões de 4G na cidade de Rio Verde/GO. Mais do que transmitir os sinais na cidade, a operadora está aproveitando a experiência para fazer os primeiros testes de LTE-Advanced com agregação de portadoras de três frequências no Brasil, no que a operadora está chamando de primeiro teste de 4,5G.
Segundo Carlos Zenteno, presidente da Claro, os testes mostram que é possível chegar a velocidades de até 300 Mbps. A Claro, segundo Zenteno, quer lançar comercialmente o serviço de 4,5G no ano que vem, a depender da disponibilidade de faixas. "Fomos os primeiros a lançar 4G e vamos ser os primeiros a lançar 4,5G", disse ele.
Segundo o diretor de engenharia da Claro, André Sarcinelli, os primeiros testes de agregação de frequências da Claro já haviam sido feitos em Anápolis e Belo Horizonte, mas apenas com as faixas de 2,5 GHz e 1,8 GHz. Em Rio Verde, a operadora está incorporando pela primeira vez a faixa de 700 MHz, ainda com autorização de uso para teste. Em Belo Horizonte, houve a agregação de portadoras de 2,5 GHz (20 MHz) e 1,8 GHz (15 MHz) alcançando velocidades de até 256 Mbps. Em Rio Verde estão sendo usados 20 MHz na faixa de 2,5 GHz, 5 MHz em 1,8 GHz e 10 MHz em 700 MHz, com velocidade de pico de 264 Mbps e um ganho substancial de penetração e alcance por conta do uso da faixa de 700 MHz. Segundo Zenteno, a Claro tem planos de evoluir a tecnologia LTE-A para oferecer velocidades de 1 Gbps até 2017. "Para isso, ter a faixa de 700 MHz é essencial", diz ele.
Segundo Sarcinelli, os primeiros terminais capazes de trabalhar nas três faixas de frequência ao mesmo tempo começam a chegar no Brasil no começo de 2016, mas ainda não estão disponíveis. "Hoje, já temos alguns terminais que agregam as faixas de 1,8 GHz e 2,5 GHz".
Os testes em Rio Verde servirão também para que a Claro possa colher informações sobre a interferência dos sinais de 4G com as transmissões de TV.
Faixa essencial
A Claro fez investimentos de quase R$ 3 bilhões para ter a frequência de 700 MHz e no investimento realizado na EAD, para limpar a faixa. Só por esta razão a empresa já teria o direito de pleitear do governo o respeito absoluto ao cronograma de liberação do espectro. Mas a estratégia da operadora é não só ficar esperando a faixa liberada, mas também já ocupá-la onde for possível para mostrar os benefícios aos serviços de 4G, por isso a pressa com esse primeiro teste de agregação de frequências e transmissão em 4,5 GHz antes mesmo do sinal de TV analógica em Rio Verde ser desligado.
Para a Claro, ter acesso à faixa de 700 MHz é essencial. "Para avançarmos a velocidade da banda larga no Brasil será necessário impreterivelmente utilizar a faixa de 700MHz", diz o presidente da operadora. Segundo Zenteno, o Brasil é um dos países mais avançados em banda larga móvel justamente porque utiliza todas as frequências disponíveis hoje. "O país precisa continuar a fazer uso de todas as frequências para assegurar a banda larga"