O ano de 2015 não foi dos melhores para a indústria móvel no Brasil: a crise econômica levou a uma desaceleração das vendas de smartphones e pela primeira vez foi registrada uma queda na base de conexões móveis ativas. Mas aconteceram boas notícias, como o avanço do 4G, a chegada de novos fabricantes no Brasil e o amadurecimento de serviços de pagamentos e comércio móveis. Também foi um ano de duas polêmicas intensas provocadas pelo choque entre a nova e a velha economia: Uber X Taxis e WhatsApp X teles.
Como retrospectiva de 2015, produzimos um resumo das principais novidades em algumas áreas da indústria móvel, acompanhado dos links de matérias publicadas em MOBILE TIME. Relembre o que aconteceu de mais importante este ano em mobilidade no Brasil e no mundo.
Serviços móveis
Pela primeira vez na história, a base de linhas móveis ativas no Brasil sofreu uma queda. A tendência começou em junho e continuou nos meses seguintes. A diminuição aconteceu na base pré-paga, que estava inflada pela utilização de múltiplos SIMcards de operadoras diferentes. O chamado "efeito clube", porém, está com os dias contados. A redução na tarifa de interconexão móvel levou Oi e TIM a igualarem os preços para chamadas on e offnet neste fim de ano, movimento que deve ser seguido pelas demais ano que vem. A tendência para 2016 é de continuidade na queda da base. Estima-se que ainda há uma gordura de alguns milhões de linhas pré-pagas para serem desligadas. Outros fatos importantes em 2015 foram o avanço do 4G, tanto em cobertura quanto em base de usuários, e os primeiros testes de campo no País com rede 4,5G, cuja velocidade alcança 300 Mbps. O ano foi marcado também pelo lançamento do serviço de voz dentro do WhatsApp, o que provocou polêmica entre as teles. O presidente da Vivo chegou a classificar o aplicativo de mensagens como uma "operadora pirata" e o assunto botou o Ministério das Comunicações e a Anatel em lados opostos. Para complicar ainda mais o cenário, houve o incidente do bloqueio por quase 24 horas do WhatsApp a pedido da Justiça em dezembro.
WhatsApp será uma operadora móvel virtual
"WhatsApp é operadora pirata", diz Vivo
"WhatsApp na margem da lei", diz ministro
WhatsApp, favorito dos brasileiros
A (falta de) reação do Facebook ao bloqueio
O efeito do bloqueio ao WhatsApp
Handsets
Em 2015, os novos iPhones trouxeram o chamado touch force, enquanto a Samsung apostou em design, apresentando o primeiro smartphone com tela com borda arredondada, o S6 Edge. No Brasil, foi marcante a chegada de fabricantes que focam na venda direta pela Internet para não dependerem de distribuidores e varejistas, o que lhes permite praticar preços mais baixos. É o caso da Xiaomi e da Quantum (marca da Positivo).
Porém, a crise econômica atingiu em cheio o mercado, desacelerando as vendas de smartphones. Pela primeira vez, haverá queda no volume total de celulares comercializados no País. As pessoas estão demorando mais para trocar de aparelho. E o fim da lei do Bem para esses produtos vai elevar os preços na ponta em 2016, piorando ainda mais o cenário. O ano foi marcado também pela venda da fábrica da Microsoft em Manaus para a Flextronics.
Venda da fábrica da Microsoft em Manaus
Sistemas operacionais
O mercado de smartphones continua dominado pelo duopólio Android e iOS. Mais um competidor jogou a toalha este ano: a Mozilla decretou o fim do Firefox OS. BlackBerry deve ser a próxima: a fabricante canadense apresentou no fim do ano seu primeiro modelo Android. A Microsoft resiste como concorrente, agora com o Windows 10, integrando desktops e dispositivos móveis, mas está com muito menos apetite do que tinha quando comprou a Nokia, negócio, aliás, que lhe rendeu prejuízo e levou à demissão de milhares de pessoas este ano.
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Conteúdo móvel
Em 2015 as operadoras perceberam que precisavam adaptar seus serviços de conteúdo móvel à era dos smartphones. Vários deles ganharam apps. Além disso, fez sucesso a oferta dos clubes de apps, que dão acesso a títulos pagos mediante uma assinatura mensal. Sua desenvolvedora, a brasileira Bemobi, por sinal, foi vendida para a Opera.
O ano de 2015 marcou o nascimento da pesquisa Panorama Mobile Time/Opinion Box, uma parceria entre este noticiário e a Opinion Box com o objetivo de acompanhar os hábitos dos brasileiros na utilização de apps. Foi criado o ranking dos 20 apps mais comuns na home screen dos smartphones no Brasil, o que revelou a liderança folgada do WhatsApp, a crescente popularização do Snapchat por aqui e o ganho de importância dos apps de mobile banking.
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Comércio móvel
Com a participação de dispositivos móveis no comércio eletrônico brasileiro se aproximando de 20%, vários varejistas passaram a priorizar esse canal. Pela primeira vez, um aplicativo de comércio móvel conta com tráfego de dados gratuito: o Netshoes. Até então, apenas o Bradesco havia conseguido firmar parceria similar com as teles. Outros varejistas aperfeiçoaram seus apps, melhorando a usabilidade e oferecendo funcionalidades e descontos exclusivos. Omni channel é uma tendência que veio para ficar.
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Entretenimento móvel
Foi o ano do Netflix, cada vez mais popular, mas também da entrada dos canais de TV na oferta de acesso via tablets e smartphones. A Globo, com seu Globo Play, finalmente leva seu conteúdo para a telinha. Em música, Spotify se fortaleceu, Rdio morreu e Deezer vem crescendo com a parceria com a TIM.
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Pagamentos móveis
A competição em mPOS continua forte, com vários players crescendo continuamente, ajudados pela crise econômica, que leva mais brasileiros a empreenderem negócios próprios. Uma das tendências nesse segmento é a oferta de cartões de débito próprios de cada serviço, como fizeram PagSeguro e payleven.
Ainda não foi este ano que Apple Pay, Samsung Pay ou Android Pay chegaram ao País. Em compensação, coube a um banco nacional, o Banco do Brasil, o pioneirismo em lançar o primeiro app de virtualização de cartão de crédito e débito para pagamento por aproximação no Brasil, o Ourocard-e.
O mobile banking, aliás, cresce rapidamente no País e começa a se equiparar à Internet em volume de acessos em alguns bancos. Ao fim de 2015 o Banco do Brasil se aproxima da marca de 1 bilhão de transações móveis por mês. Merece destaque também o crescimento de start-ups relacionadas a finanças e tecnologias móveis no País, como Nubank, Guia Bolso e Muxi.
Mobile marketing
O marketing programático veio para ficar. Novas ferramentas surgiram este ano, comprovando que quanto mais segmentada e assertiva for a campanha, melhor o seu resultado. O grande destaque nacional foi a tecnologia da In Loco Media para localização indoor, desenvolvida por estudantes de Pernambuco e presente agora em milhões de smartphones brasileiros. 2015 foi também o ano da polêmica envolvendo os bloqueadores de anúncios em navegadores móveis, com intenso debate em toda a cadeia de valor.
Publicidade móvel nos grandes jornais
Uber
A entrada do Uber no País provocou protestos de taxistas nas principais capitais do País, mudanças em leis municipais e até processos no Cade. No fim do ano, apps tradicionais de táxis, como 99Taxis e Wappa, anunciaram o lançamento de serviços com carros de luxo para concorrer com o Uber.
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