A Apple registrou no quarto trimestre do ano passado (equivalente ao seu primeiro trimestre do ano fiscal de 2016) seu pior crescimento em vendas de iPhones até o momento. Na verdade, houve praticamente uma estagnação em comparação com o mesmo período de 2015, passando de 74,5 para 74,8 milhões de unidades vendidas. As vendas de iPads, por sua vez, caíram 25% na comparação anual entre trimestres, baixando de 21,4 milhões para 16,1 milhões. A categoria que registrou o melhor desempenho em termos proporcionais foi a de "outros produtos", na qual estão incluídos Apple Watch, Apple TV, iPods e acessórios: crescimento anual de 62%, passando de 2,7 para 4,4 milhões de unidades vendidas.
Cabe ressaltar, contudo, que embora os números liguem uma luz de alerta para investidores, os resultados financeiros da Apple ainda são recordes. A receita de US$ 75,9 bilhões (crescimento de 2% em um ano) foi a maior já registrada pela empresa em um único trimestre, assim como o lucro líquido de US$ 18,4 bilhões.
Análise
O balanço da Apple foi afetado principalmente pela má condição econômica de mercados emergentes, com destaque para a desaceleração da China. A alta do dólar e a crise também prejudicaram as vendas do iPhone no Brasil.
No caso específico do iPad, há outros problemas envolvidos, como o desinteresse do público pelos tablets conforme surgiram opções de smartphones com telas maiores, incluindo aí os novos iPhones. Além disso, o ciclo de troca de tablets é mais longo que o de smartphones: as pessoas ficam mais tempo com o produto. A aposta da Apple em lançar um modelo mais robusto, para uso profissional, pelo visto ainda não surtiu o efeito desejado em vendas.