O grupo francês Vivendi entrou nesta quinta-feira, 18, com uma oferta para adquirir 100% da produtora de games para dispositivos móveis Gameloft, da qual já detém 30% do capital. Em comunicado, a ex-controladora da GVT afirma que a proposta de aquisição foi aprovada pelo board de supervisão e que "se encaixa perfeitamente com a estratégia do grupo de desenvolver uma líder global em conteúdo e mídia". A oferta é feita com o preço de 6 euros por ação da Gameloft, em torno de 358,9 milhões de euros (considerando os 70% de capital que ainda não detém), e que representaria um prêmio de 50,4% em relação ao valor da produtora em 14 de outubro do ano passado, e 22,9% em relação à média de valor dos últimos seis meses.

A Gameloft é uma das maiores desenvolvedoras de jogos para sistemas móveis, com foco no Android e iOS. A companhia, também francesa, foi fundada em 1999 e conta com franquias já consolidadas como os títulos de corridas Asphalt e de ação, Modern Combat. Possui escritório em vários países, inclusive no Brasil, em São Paulo, mas, ao fim de janeiro, fechou dez estúdios de desenvolvimento no mundo como parte de um plano "ambicioso" de otimização de custos visando economia de 35 milhões de euros. Em comunicado enviado à imprensa, a desenvolvedora afirmou que soube pela suspensão da negociação de suas ações na bolsa da Euronext em Paris e que, por conta disso, convoca uma reunião com o board de diretores para a próxima semana. Após esse encontro, divulgará um posicionamento a respeito da oferta não solicitada.

A Vivendi afirmou que realizou uma "tender offer" para adquirir a Gameloft. Ressalta ainda que em outubro, investiu na produtora Ubisoft (dona da franquia Assassin's Creed), mas a tentativa acontece pouco mais de um mês depois que o grupo de mídia "teve que se desfazer" por completo de outro investimento no mundo de games, a Activision Blizzard – em janeiro, ela vendeu os 5,7% restante de capital que ainda detinha na empresa. Recentemente, a companhia adquiriu o site de vídeos Dailymotion.

O movimento também indica a estratégia agressiva da francesa, que está de olho no sul europeu. Em 31 de dezembro, ela detinha 21,39% das ações ordinárias da Telecom Italia e 0,95% da Telefónica. Em seu balanço financeiro, ela destacou o apontamento de quatro membros para o board de diretores da controladora da TIM Brasil, dos quais três são representantes da própria Vivendi e um é um membro independente. Essa concentração de esforços na Itália aumenta a influência na companhia, podendo afetar a operadora brasileira, alvo de especulação de consolidação com a Oi.

A Vivendi encerrou 2015 com 10,762 bilhões de euros em receita e lucro operacional de 1,061 bilhão de euros. O lucro líquido ajustado foi de 697 milhões de euros. 

 

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