O fim das senhas no uso de pagamentos com cartões de crédito vai depender de como o consumidor vai adotar a autenticação por biometria no pagamento. De acordo com Mark Nelsen, VP global sênior de risco da Visa, a adoção da impressão digital e do reconhecimento facial, por exemplo, dependerá de o usuário se adaptar ou não.
"Eu diria que, por causa da dependência dos consumidores, nós não vamos ver a Visa no futuro dizer: não teremos mais senhas", explica o executivo em entrevista a este noticiário. "Mas vamos ver essas tecnologias como alternativas de longo prazo para aquilo que é melhor para o usuário, algo que ele próprio vai definir".
Durante sua palestra na edição 2016 do Congresso de Meios de Eletrônicos de Pagamento (CMEP), o executivo da Visa explicou que o papel da Visa não é criar uma aplicação, mas ajudar bancos, companhias financeiras e de tecnologia a usar a biometria em seus sistemas. Nelsen acredita que a usabilidade será o fator primordial para a popularização da biometria, aliado às funcionalidades dos dispositivos móveis.
"Hoje se você usa a câmera para reconhecer demora uns três segundos. O reconhecimento por voz demora em média dez segundos. Precisa ser mais simples, ou pode virar algo irritante para o usuário", afirma Nelsen. "Definitivamente vai depender da tecnologia existente no dispositivo. Portanto, reconhecimento de voz ou rosto deve levar vantagem se pensarmos em celulares".
O VP da bandeira de cartões afirma que o Brasil é um dos precursores da tecnologia de biometria ao lado do Japão. Só esses dois países usam essa tecnologia em caixas eletrônicos e, em breve devem usar nos comércios.
Sobre o uso de wearables nos pagamentos móveis, Nelsen acredita que os gadgets ainda vão precisar avançar em adaptabilidade e eficácia, uma vez que atualmente é menos confortável aproximar um smartwatch, por exemplo, que um smartphone para fazer o pagamento presencial.