A prefeitura do Rio de Janeiro abriu edital para a exploração das 37 mil vagas de estacionamento das ruas da cidade por 15 anos. A grande novidade é a exigência de adoção de tecnologias móveis na operação e divulgação do serviço, incluindo parquímetros digitais e conectados, sensores de vagas, aplicativo para smartphone, pagamento via app, SMS ou USSD; e uma API pública para integração com outros aplicativos. O serviço foi batizado como Vagas Inteligentes do Rio (VIR).

Para a concorrência, a cidade foi dividida em dois lotes. O primeiro tem preço mínimo de R$ 66 milhões e contempla a Zona Oeste e parte da Zona Sul. O segundo será vendido por pelo menos R$ 41 milhões e abrange Centro, Zona Norte e outra parte da Zona Sul. Os interessados devem entregar suas propostas no dia 12 de abril. O sistema precisa estar 100% operacional dentro de dois anos.

Parquímetros e sensores

Serão instalados 1,2 mil parquímetros, o que corresponde a um para cada 31 vagas. Eles devem ser digitais e conectados com o centro de operações do serviço pela rede celular ou outra tecnologia. No parquímetro, o motorista poderá comprar o tíquete do estacionamento com cartão de crédito, cartão de débito ou cartão pré-pago do serviço de estacionamento, comercializado em pontos de venda. O equipamento será dotado de tecnologia Mifare, de comunicação por aproximação, a mesma usada pelos cartões de bilhete único do Rio, para possível integração futura. O parquímetro não aceitará pagamento em dinheiro ou moeda.

O motorista precisará informar a placa do veículo, o número da vaga onde estacionou e por quanto tempo deseja ficar, entre 30 e 240 minutos. O limite máximo e os preços vão variar de acordo com a região da cidade e com a realização de grandes eventos nas proximidades. O estacionamento poderá ser cobrado de segunda à sexta, entre 7h e 19h, e aos sábados, entre 7h e 13h.

O edital determina que pelo menos 10% das vagas sejam dotadas de sensores de presença. A informação com a quantidade de vagas livres e sua localização será enviada em tempo real para o centro de controle e disponibilizada na Internet e em aplicativos móveis para o público.

Aplicativo

As duas concessionárias terão que desenvolver um aplicativo móvel do serviço para Android, iOS e Windows Phone, contemplando pelo menos as três últimas versões de cada um desses sistemas operacionais. Não fica claro no edital se cada concessionária terá seu próprio app ou se poderá ser um app único, integrando todas as vagas da cidade. Cabe destacar que o cartão pré-pago do serviço precisará funcionar em qualquer vaga, independentemente da concessionária responsável, segundo o edital, o que indica a atenção da prefeitura para com a interoperabilidade do sistema.

O app deverá ter pelo menos as seguintes funcionalidades: 1) orientação, inclusive por voz, para que o motorista chegue até a quadra mais próxima com vagas disponíveis; 2) busca com filtros por tipo de vaga (para idosos, deficientes etc); 3) informações sobre tarifas por região, períodos de estacionamento e tipos de vagas; 4) pagamento do estacionamento; 5) localização de onde o carro foi estacionado; 5) alarme para avisar quando estiver se esgotando o período pago pela vaga.

Motoristas com celulares tradicionais, os chamados feature phones, poderão pagar pelas vagas usando SMS ou USSD.

As empresas que explorarem o serviço poderão disponibilizar outros meios de pagamento eletrônico, além desses previstos no edital. É possível, por exemplo, que os parquímetros sejam dotados de NFC, para receberem pagamento por aproximação com smartphones que tenham serviços como Apple Pay, Samsung Pay e similares.

O edital prevê que as concessionárias também precisarão disponibilizar uma API para que apps de terceiros, como Waze e afins, possam ser alimentados com informações do serviço em tempo real.

Por fim, merece destaque a exigência de que sejam incluídas mídias móveis durante a campanha de divulgação do VIR para a população. As concessionárias precisarão investir parte do seu orçamento de marketing em mobile advertising. O edital, contudo, não especifica a proporção a ser destinada para esse canal.

O Rio de Janeiro não é a primeira cidade brasileira a experimentar um app para estacionamento em vias públicas: Curitiba realizou testes em 2014 com a empresa israelense Pango.

 

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