Apesar de ter fechado o quarto trimestre e o ano fiscal de 2016, encerrado em 29 de fevereiro, com prejuízo e queda na receita, a Blackberry fez progressos na estratégia para se tornar uma empresa essencialmente de software. De acordo com o informe de resultados, divulgado nesta sexta-feira, 1º, a receita da companhia com software subiu 113%, impulsionada principalmente pela Good Technology, fornecedora de software para segurança móvel adquirida em setembro do ano passado por US$ 425 milhões.
Embora tenha conseguido reduzir o prejuízo em quase US$ 100 milhões, de US$ 304 milhões no ano fiscal anterior para US$ 208 milhões no exercício de 2016, a cifra ainda é expressiva. Para piorar, a perda no último trimestre aumentou de US$ 89 milhões um ano antes para US$ 238 milhões, e incluiu uma baixa contábil (writedown) de US$ 127 milhões em seus ativos.
A receita da BlackBerry no ano fiscal registrou queda de 35%, recuando de US$ 3,33 bilhões no exercício fiscal anterior para US$ 2,16 bilhões em 2016. No último trimestre do ano fiscal, a receita também caiu, cerca de 30%, de US$ 660 milhões no ano anterior para US$ 464 milhões.
Em teleconferência com analistas, o CEO da BlackBerry, John Chen, destacou o crescimento da receita com software e serviços voltados para o gerenciamento e segurança de smartphones e tablets de funcionários e empresas privadas e do setor de governo. Dentre os dados positivos do último trimestre, citou o lançamento de uma nova plataforma de software QNX destinada a montadoras de automóveis que pretendem desenvolver sistemas automatizados para veículos.
O executivo também ressaltou o lançametno de cinco suítes de gerenciamento de mobilidade empresarial, que operam sob o sistema operacional BlackBerry, voltadas ao gerenciamento, troca de mensagens, colaboração e habilitação de aplicações e gerenciamento de conteúdo.
Chen disse, porém, que as vendas de smartphones ficaram abaixo das expectativas da companhia, sem revelar números. Ele também não informou sobre as vendas de sua nova linha de smartphones Priv, equipada com o sistema operacional Android, do Google, em vez do seu sistema próprio. Alguns analistas têm avaliado que, se a mudança para o Android não inverter o declínio da BlackBerry no mercado de smartphones, ela deve abandonar de vez o negócio.