Internet of Things (IoT) ou Internet das coisas pode parecer algo muito distante, mas não é. Vários novos dispositivos começam a aparecer e a fazer sentido para nós, pobres mortais.
Rastrear coisas é um exemplo. E “coisas” aqui tem um sentido muito amplo, pois estou falando de carros, motos, bicicletas, crianças, cães, gatos, equipamentos corporativos ou hospitalares e até pessoas. Recentemente passei a usar um dispositivo chamado MeAppego, que deve ter a dimensão de 3 moedas de R$1,00, com um centímetro de altura, mais ou menos: é um app para que se possa acompanhar a “coisa” que você decidiu se apegar e rastrear. Eu passei a usar na minha moto, que agora é rastreada por um dispositivo IoT. Como o dispositivo possui um SIMcard interno, é possível acompanhar praticamente em tempo real a sua localização e da minha moto, por consequência. Gastando poucos reais de conectividade mensalmente.
Como tudo que usa localização (seja por GPS, triangulação de antenas ou ambos), consome muita bateria, mas a empresa tem desenvolvido novas funcionalidades com frequência e percebi uma boa melhora no consumo de bateria recentemente, graças a uma funcionalidade que permite o dispositivo entrar em stand-by quando percebe que não há mais movimento. Outro ponto interessante também é que existe uma opção parking e, se o objeto (carro, cão, mala, etc) se movimentar, envia alertas ao sair da cerca virtual. Também pode ser usado para monitorar idosos, pois tem sensor de queda para alertar caso sofra uma queda. E até para os mais desastrados que esquecem onde deixaram o objeto e precisam traçar uma rota no mapa para encontrá-lo.
É bem provável que as operadoras passem a oferecer cada vez mais equipamentos IoT como serviços, similares ao MeAppego, pois as pessoas gostam de comodidade e quando acertam nos valores, o mercado aceita e adota.
Em outras situações não é a comodidade que está em jogo, mas a vida ou a saúde de algum familiar. Estar longe ou perto é algo que pode mudar nossas vidas, ou pelo menos nos permitir um pouco mais de flexibilidade. Esses equipamentos nos auxiliarão a lembrar horários de medicamentos ou a acompanhar remotamente o bem-estar de alguma pessoa. Imagine alguém com mal de Alzheimer que sai de casa e não lembra mais onde está e nem consegue voltar para casa. Com um equipamento IoT seria possível localizá-lo rapidamente e evitar transtornos terríveis ou pelo menos horas de sofrimento para a família.
A indústria automotiva é muito lenta pela própria natureza de seu negócio, mas em alguns anos teremos muita Internet nas coisas dos nossos carros. A esse ponto já deveríamos ter, pelo menos, a central multimídia do carro com tecnologia aberta para nos permitir espelhar alguns apps de nossos smartphones em sua tela. Eu tenho um GPS integrado no meu carro, mas só uso o Waze. E todos fazem a mesma coisa, eu sei.
Tudo isso vai mudar a forma que contratamos serviços das operadoras. Ao invés de ter apenas uma única linha com alto custo, provavelmente teremos vários SIMcards e/ou IoTs como serviço conectados e com valores mensais baixos, mas com serviços convergindo em nossos smartphones. E a cada nova comodidade, pensamos menos. Deixamos de exercitar nossa memória porque um app nos conduz, outro calcula, e pesquisamos tudo a qualquer momento, sem precisar guardar na memória, armazenando tudo no celular ou na nuvem. E agora temos uma série de recursos disponíveis para nos lembrar até onde estacionamentos o carro. Todos sofremos um pouco do mal digital de Alzheimer.