Conhecer pessoalmente um ídolo, seja ele um ator, um cantor, um atleta ou um apresentador de TV, é uma experiência inesquecível pela qual muita gente está disposta a pagar para viver. Por isso, é cada vez mais comum bandas e artistas em geral promoverem esses encontros durante turnês internacionais, mediante um preço. O serviço é chamado de "Meet and greet", algo como "conheça e cumprimente", e pode também ser atrelado a serviços de valor adicionado (SVAs) em telefonia celular que tragam conteúdo da celebridade em questão. Essa é uma das linhas de negócios da Playtown, empresa de SVA da Argentina que está montando escritório no Brasil este ano. Ela quer explorar o conceito de "meet and greet" no País em parceria com as teles brasileiras.
Na Argentina, por exemplo, a Playtown oferece produtos que são "clubes de celebridades". Na prática, são aplicativos com conteúdo exclusivo sobre determinado ídolo, pelo qual o usuário paga uma assinatura semanal cobrada via billing das operadoras. Como parte do pacote, o usuário concorre em sorteios para encontros com a celebridade. O jogador de futebol argentino Mascherano, por exemplo, conta com um serviço desse tipo gerido pela Playtown na forma de app em Android e iOS. Entre os prêmios para os assinantes, foi sorteada uma viagem a Barcelona para conhecer o jogador. A empresa faz o mesmo com programas de TV, incluindo aí também interações via celular, como votações. Periodicamente são sorteados encontros, como jantares, com participantes dos programas. Todo o conteúdo dos apps é produzido pela Playtown.
"No Brasil, vamos procurar parceiros e celebridades locais. Estamos conversando com vários, começando por esportistas", diz Carlos Alberto Acero, country manager da Playtown no Brasil. Ele espera lançar um primeiro serviço com conteúdo sobre um atleta brasileiro dentro de três meses.
Os acordos com os ídolos às vezes envolvem um adiantamento em dinheiro, revela. O modelo de negócios com as teles, por sua vez, é de divisão da receita. Na Argentina, a Playtown oferece os serviços através de todas as teles. No Brasil, Acero não se incomodaria de eventualmente acertar um acordo de exclusividade com alguma operadora para lançar seu primeiro serviço. "As operadoras no Brasil são cinco ou seis vezes maiores que as argentinas. Exclusividade aqui não é um problema", argumenta.
A empresa pretende contratar pelo menos mais dois executivos para a operação brasileira ao longo dos próximos seis meses: um com know-how entre as operadoras e outro com experiência em mídia. A companhia costuma investir bastante em publicidade para divulgar seus serviços. Na Argentina, foi a empresa de SVA que mais investiu em mídia aberta em 2015, afirma.
A Playtown tem hoje 3 milhões de usuários ativos por mês (MAUs, na sigla em inglês) somando todos os seus serviços de valor adicionado. 90% dessa base está na Argentina e 10%, no Chile, Paraguai e México.